sábado, 30 de dezembro de 2006

Just one man…

O comércio tradicional está em perigo, por toda a parte proliferam as grandes superfícies, ao longe na neblina ecoam suspiros e latidos de sofrimento e só uma pessoa pode responder positivamente às preces que aparentam ficar sem reposta… este homem é Steven Seagal, recorrente vingador de gentes oprimidas, deprimidas e comprimidas, habitantes de nenhures, onde o sol já chega baixinho e as aves cantam roucas e desafinadas, povos acabrunhados e desfalecidos. Mas eis que se renova o sentimento de esperança, dá-se um rasgo de confiança no herói. Mais uma vez voltarão a brilhar sorrisos. Pois que se este homem arrasa sozinho companhias petrolíferas e multinacionais de produção a granel, aguenta os avanços de dez matulões de uma só vez a quererem dar-lhe porrada partindo braços a três deles e desdentando os restntes, ele também poderá valer aos nossos conterrâneos esquecidos nas zonas mais isoladas. As localidades do interior jamais voltarão a ser as mesmas. Existe uma nova força capaz de devolver o alento e a motivação aos mais desafortunados. Seagal é o maior!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Amigos, putas e vinho tinto

Há duas frases míticas que têm um grande fundo de verdade:
Um Homem mede-se pelos amigos que tem.
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.

Sendo assim, não sei bem o que sou, presumo que alguém mo dirá oportunamente, mas tenho a certeza que sou um colosso cheio de sorte. Um grande abraço e obrigado!
…ah!, o resto do título era mesmo publicidade enganosa só para causar efeito.

Parece um chupito, mas não é bem!

Estou prestes a fazer anos e chegando a esta altura faço sempre um balanço do que fica para trás e da melhor forma de encarar o que está para vir. É tudo uma questão de estabilidade, equilíbrio, e a vontade e necessidade de atingir um estado geral de harmonia. Pensando bem, depois de todo este tempo vivido, tantas experiências, muita aprendizagem que se traduz em sabedoria, senso comum e cultura geral, e um nível razoável de maturidade e crescimento psicológico mais do que suficiente (como é que isso se mede!?), não era já tempo para ter aprendido a beber água sem me engasgar!? Às refeições até me contenho e geralmente não sucedem qualquer tipo de percalços, mas se estiver em casa e for à cozinha beber um copo de água, ou beber de um cantil num passeio, ou de uma garrafa num bar, é desgraceira mais do que provável e suficiente para ficar a tossir e a respirar mal durante uns bons dois ou três minutos. Estamos sempre a aprender, é verdade, mas há coisas que não mudam e permanecem sem evoluir, e até têm a sua piada… mais tarde, porque quando acontece é sempre manhoso!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

A little big bit of soul!

Foi com muita pena que me apercebi da morte do grande James Brown, mas depois pensei “o gajo estava assim um bocado para o lado de lá já há algum tempo, será que o homem faz mesmo falta se temos a obra?” Nem é preciso reflectir durante mais do que dois ou três segundos para perceber que sim, claro que sim! Não se pode desligar o sujeito da obra, tal como não se deve desligar a forma do seu conteúdo. O tipo até podia ser um maluco, um excêntrico e um tresloucado, mas qualquer pessoa faz falta neste mundo. Desde que seja um ser humano razoável (bem sei que é subjectivo, vamos deixar o Bush, Hitler e outros facínoras de fora), possuidor de sensibilidade, sentido de humor e outras características que nos distinguem das restantes formas de vida, faz sempre falta e deixa saudades (ora aí está um conceito difícil de definir e perceber… será bom ou mau!?). Há uma grande máxima budista que mostra que todos os Homens são iluminados, uns saberão disso, outros não, e sendo assim fazemos todos falta! O James Brown, além de excelente músico, cantor e compositor, é um marco incontornável na música moderna: Funk, Soul, Rock, Pop… chamem-lhe o que quiserem. Mais do que o mundo da música, marcou indelevelmente a sociedade americana no que aos direitos humanos diz respeito, mais propriamente na questão racial. É, sem dúvida, uma grande perda em variadíssimos aspectos, até a polícia americana vai ter saudades dele.

domingo, 24 de dezembro de 2006

O Natal é quando um Homem quiser!

A altura do Natal é propícia à proliferação de mensagens manhosas. Quer seja por sms ou e-mail, todos os dias recebemos frases ou citações tristes de tão gastas que estão, e nota-se perfeitamente quem é que consegue ser original, quer na forma quer no conteúdo, fazendo um verdadeiro e sincero esforço por transmitir-nos que se lembra de nós numa altura especial. Nem toda a gente se lembra do nosso aniversário, ou de que acabámos o curso, conseguimos um emprego, arranjámos casa, nos juntámos com alguém, fomos promovidos, etc., e é nestas alturas que mais precisamos de sentir o calor humano, a solidariedade e porque não, o carinho de quem gostamos (ou de quem gosta de nós). Desculpem-me a franqueza, mas os e-mails com powerpoints cheios de ursinhos e personagens da Disney, perfeitamente idiotas, e as frases que já eram enviadas no tempo dos pombos correio e do cagar de cócoras, são degradantes de tão ingénuos que são (perdoem-me a redundância). Depois há a questão do consumismo por detrás desta quadra, chega a meter medo (basta ver a publicidade para as crianças, e os perfumes ou as bebidas…)! Se o Natal é quando um Homem quiser, e o ser humano está irreversivelmente caracterizado pela lógica do livre arbítrio, então porque não querer ser solidário e humano o ano inteiro? Seja como for, o Natal não vale (só) pelas prendas, pelos doces e pela festa em si, mas pela possibilidade de estar em família e com os amigos, e nos darmos um pedacinho às pessoas de quem gostamos. Se de facto não conseguimos ser sempre boas pessoas o ano todo, então que o sejamos sinceramente neste momento único que, até ver, só vem uma vez por ano. Boas festas e não se encharquem em ponche e eggnog, a bófia está sempre de serviço e é raro o espécimen que se mostra verdadeiramente imbuído (por vezes embubido, sim!) do típico espírito natalício.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

“Quer emagrecer, pergunte-me como”

Quando vejo aqueles anúncios típicos nas montras das farmácias, nos folhetos que nos aparecem na caixa do correio, ou nos vidros traseiros de carros em forma de autocolante, normalmente grandes bombas (a malta da Herbalife chega-lhe bem), fico sempre num imprevisível limbo entre o cepticismo científico e a gargalhada imediata e total. Sei perfeitamente que o truque para uma vida saudável, do ponto de vista da alimentação, é manter uma dieta equilibrada, não comer depressa nem de forma muita espaçada ou muito de cada vez, etc., mas também sei que há condições físicas especiais e certas doenças que impedem que se atinjam resultados “óptimos” (reparem no cuidado em utilizar as aspas em vez do itálico) com as dietas ditas “normais” (mais uma vez…). Aliás, a mania de se chamar dieta à altura em que se faz regime é ridículo e induz em erro, depois só podem vir os exageros. É como as inscrições nos ginásios a quadruplicar por altura da Primavera, patético! Bem, voltando à alimentação. Sei por experiência própria, não por mim mas por ter visto os resultados, que há certos artigos na TV-Shop que resultam e até são boas compras, ou investimentos, dependendo da perspectiva, mas quando vejo referências a comprimidos milagrosos, dietas fáceis e demasiado acessíveis arrepio-me logo. Pensando em coisas fáceis, acessíveis e muito possivelmente capazes de dar resultados, até estranho nunca ninguém se ter lembrado disto: uma técnica infalível para perder gordura, como que por artes mágicas, seria acrescentar umas gotas de lava-loiças Fairy à dieta de todos os dias – confesso que nunca provei óleo de rícino ou de fígado de bacalhau, mas lava-loiças já provei e não pode ser pior – e bastava apenas umas gotinhas, porque o que eles anunciam é de facto um gota dar para lavar não sei quantos milhares de pratos – milhares!? Centenas!!! – e funcionar como um íman com a gordura, repelindo e mais não sei quantas patacoadas que aqueles tipos inventaram (ou descobriram, sabe-se lá!). Se de facto os tipos dizem no anúncio que o Fairy é o milagre anti-gordura, e isso for verdade, só pode significar que alguém está a passar ao lado de uma ideia genial para conseguir conquistar as mulheres (e os homens, não quero correr o risco de ser tendencioso) para esta causa. Se o Goucha e aquele outro tipo que era da RTP e já está na TVI já há algum tempo, fazem reclames para colchões e trens de cozinha (este termo parte-me todo! lol), via muito bem o LaFéria ou o João Baião (recuso-me a falar daquela coisa que dá pelo nome de Castelo Branco) a fazerem um verdadeiro anúncio de sucesso, é que era garantido! É uma ideia a considerar…

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Línguas traiçoeiras e pensamentos malandros

Aqui há dias ouvi na rádio um anúncio do El Corte Inglês que incluía a expressão “…menage de cozinha e mesa...”. Bem sei que não era um anúncio do Pingo Doce com aquela voz extremamente sugestiva, mas será necessário acrescentar alguma coisa mais para chegarem a onde eu cheguei? “Menage de cozinha e mesa”!? Então, será perfeitamente plausível que qualquer pessoa deixe resvalar o seu pensamento para os meandros da sexualidade! Alguns até poderão considerar certas e determinadas hipóteses como sexo na bancada da cozinha (bom, é estável), sexo na mesa (hum, com jeitinho até dá; evitar mobília do Ikea), sexo no chão (chão é sempre pau para toda a obra… epá, juro que foi sem querer!), sexo d’encontra (d’encontra carrega uma valente conotação lasciva) o frigorífico, sexo na despensa (kinky!!), sexo em cima da máquina de lavar roupa (a trepidação parece-me bem!), etc., etc., etc. Este anúncio foi feito muito ingenuamente ou completamente propositado, e quer-me a mim parecer que não há lugar para ingenuidades na publicidade. Conhecem mundo mais premeditado e organizado do que este? Será só a minha pessoa ou qualquer um de vós pensaria o mesmo!? Pegando na frase e desenvolvendo um pouco mais o tema, até poderemos ultrapassar a barreira psicológica da cozinha e passar para o resto da casa, aliás, diria mesmo para o quintal! E não é só sexo e cozinha, mas a palavra menage também nos despe o pensamento para a completa e irreversível exposição a um admirável e inquietante mundo novo (agora foi propositado). Não serão só duas pessoas, mas várias! …tudo bem, várias até poderá ser um pernicioso exagero da minha parte, digamos antes três, pois que para serem várias teria de ser qualquer coisa do género: “…trem de cozinha com libidinosas pegas banhadas a ouro e orgia de mesa em variadíssimos tamanhos…”. Caramba, tanto ingrediente que pode ser acrescentado a esta receita... o único limite é o da imaginação!

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Em vez de um Especial Natal, porque não um Especial Dentistas!?

Em vez de um Especial Natal, porque não um Especial Dentistas!?
Com tanta clínica e tantos dias por semana para escolher, logo tinha de vir calhar a uma clínica em Portalegre onde também vem o dentista à quarta-feira. Tenho de gramar o diabólico e carnificínico som da broca o dia todo, todas as quartas-feiras. Má sorte!
Quando tinha sete anos, na minha última vez em que fui a um dentista, fui tratado (na verdadeira acepção irónica da palavra "tratar"... da saúde!) por um facínora sedento de sangue, envergando uma bata branca que mais parecia um talhante. O indivíduo de trato gentil, aparentemente, conquistou a confiança do meu avô, que na falta dos meus pais me acompanhava nesse fatídico dia, e por conseguinte a minha também. Esfregou com o seu dedo indicador (inquisidor até soava melhor) uma pasta azulada nas minhas gengivas e depois dedicou-se à tarefa de desvitalização de um dente molar como se de partir brita se tratasse, à bruta e sem controlo. Tanto a criatura da bata como o meu avô (o tal do coelho) passaram o tempo todo a referir-se à minha humilde e desataviada pessoa como "fiteiro", "menino" e outras desconsiderações do género. Pois que passados aqueles vinte minutos infernais, que ainda hoje me parece terem sido duas semanas de tormento, o imoral malfeitor acabou por reconhecer que se teria “esquecido” (mais uma vez um termo irónico) de me dar a injecção de anestesia antes de começar. Tudo isto foi presenciado por mim, à distância, enquanto o bandido me filava e prendia o antebraço do meu avô, barrando-lhe a saída do consultório, falando-lhe ao ouvido com a sua pérfida língua bífida de forma quase sussurrada. O monstro, que não tem outro nome, teve a sorte de eu ser muito novo e de ter má memória para quem me faz mal, senão estaria hoje deveras arrependido. O azar dele, mesmo não me lembrando da sua cara ou do seu nome, é que eu tenho um blog e uma forma muito imaginativa de relatar verdades… bem feito!
Por falar em dentistas (…arrepio!) tenho mesmo de contar uma história, também ela verdadeira, que acho fantástica e carregada de um humor do mais fino que há. O meu primo (o Super-Pai) foi a um dentista com todos os dentes, com 50€ no bolso e sem qualquer manifestação física de dor. Esteve lá meia hora e saiu sem um dente, sem os 50€ que trazia e com uma dor de dentes que durou uma semana e ainda o fez lá voltar mais uma vez… pagando, claro! Onde está a parte cómica da história? a graçola? …é aquele tipo de humor preconceituoso, tipicamente meu, que só dá para algumas mentes mais perversas e corrompidas alcançarem, assim muito ao género do exagero que compus com o post dedicado ao Senhor dos Anéis.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Bifanas e canecas de leite morno

Quando venho de Lisboa para Évora e faço o trajecto pela estrada nacional, muitas vezes paro em Vendas Novas para comer umas bifanas (sempre duas, pelo menos!). A última vez que lá estive veio-me uma ideia à cabeça: alguém, no seu perfeito juízo, terá coragem para pedir uma tosta mista (ou uma sandes de presunto) num café em Vendas Novas? Pode parecer estranho colocar esta questão mas não se brinca com tradições (ou sim), e a bela da bifana de Vendas Novas já é um marco histórico e incontornável nas viagens de e para Lisboa. É a volta típica que faço muitas vezes nos meus passeios de mota, isso e os pastéis de toucinho em Arraiolos (sim, tem mesmo toucinho mas não sabe). Engraçado foi aqui há muito tempo, teria eu uns quinze aninhos, quando comecei a fazer as minhas primeiras incursões pela vida nocturna eborense, e fomos parar ao Manel dos Potes. Fizeram uma aposta comigo em como não conseguiria chegar até ao “barman” (sim, para quem conhece o local esta palavra até parece uma anedota), dar uma murreana no balcão para que toda a gente ouvisse (e ouviu!) e dizer: “quero um canecão de leite… morninho!”. Escusado será dizer que foi a cena da noite e fizemos sucesso com as universitárias. Nessas idades é coisa que marca! Agora estou à espera que novos desafios me sejam lançados, e esta ideia da tosta mista, dado que também é coisa que gosto muito, é mesmo para se fazer num futuro próximo. Até hoje só perdi duas apostas, e saíram-me caras, mas isso é conversa para outros locais menos virtuais.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Natal e Circo

Já há algum tempo que me debato vivamente sobre esta questão: porquê Circo e Natal? Que estranha e alegadamente inócua ligação une estes dois conceitos tão díspares e aparentemente incompatíveis? Qual a razão deste fenómeno curioso? A resposta, além de simples, já tem barbas, e não são as do Pai Natal. Desde os tempos da Roma Antiga que as coisas se passam da mesma forma, e com as devidas excepções, claro está, talvez tenha sido sempre assim. Nem todos vamos atrás de modas e do que nos é apresentado como sendo normal, mas certamente haverá um instinto primitivo que nos leva a comportar de forma idêntica à do nosso “semelhante”. Não falo contra mim, pois sei que faço parte da excepção que confirma a regra, mas a maioria das pessoas comporta-se de igual forma, senão reparem: quando vêm um acidente na estrada param para ver como foi (inclusivamente causando mais acidentes); se houver um fogo até fazem fila para ir espreitar e tirar fotografias; devoram revistas cor-de-rosa; ingerem quilos de novelas por dia como se não houvesse mais nada; de uma hora e meia de notícias no telejornal só lhes interessa aquelas que referem o peeling da tia ou a referência à nova alarvidade que o Castelo Branco terá proferido enquanto defecava sentado numa sanita dourada na sua mansão; entre muitos outros exemplos. No fundo é tudo pão e circo – ou Bolo Rei e Circo – e o que a malta quer é distracção e entretenimento, qualquer coisa que seja fácil de mastigar e não custe muito a digerir. O Roger Waters tem toda a razão, não estamos muito longe de nos satisfazermos até à morte (“this species has amused it self to death”). Nesta época festiva, supostamente tão marcada por sentimentos dignos e verdadeiros como a solidariedade e a fraternidade, há sempre quem se aproveite da nossa distracção com a publicidade, filmes, Circo, compras, etc., mas o que realmente interessa é que há vida para além da televisão e o Natal pode ser passado de forma autêntica em família e com quem realmente interessa. Eu faço questão de não me deixar levar pelo sentimento consumista e de imediatismo tão característico desta quadra, e dedicar-me ao que realmente importa, as pessoas e não as coisas, e se nem por isso a coisa correr bem, resta-me sempre a grande máxima: o Natal é quando um homem quiser!

domingo, 17 de dezembro de 2006

O Senhor do Comando

Os filmes da saga O Senhor Dos Anéis irritam-me! São chatos e compridos, assim na linha dos filmes do Manoel d’Oliveira, a música não ajuda a torná-los mais suportáveis, antes pelo contrário, a história é uma cagada de primeira, tudo muito sofrido e todos desgraçadinhos – nada que se compare à teatralidade dos textos de Shakespeare – e cada um deles ocupa uma tarde inteira. Parece-me ser uma má desculpa para ficar em casa. E a questão é: se já estão disponíveis em dvd, porque é que ainda os dão na televisão? É uma forma subtil de fazer tortura? Não bastaram já aqueles anos seguidos de Big Show Sic? Se estivesse a dar qualquer outro filme também não ficaria a assistir, mas estes têm uma forma peculiar e muito própria de azedar uma tarde de Inverno em que até sabe bem ficar em casa a abobrar sentado no soufá, como só uma peça do Lá Féria faria (e que bonito final de frase!). Passados sete minutos de filme, clico no botão verde do comando e vou tocar piano.

Play it again Sam!

Ontem, embora tenha tido pouco tempo para apreciar a decisão que tomei e o efeito do seu resultado, realizei um sonho que sustento desde há muito tempo: ter um piano e saber tocar nele. A primeira parte, a da compra, até foi relativamente fácil, a decisão é que se revelou teimosa, pois já andava a pensar fazê-lo há anos e só agora a tomei. Actualmente só me resta a consequência inevitável de todo este empreendimento mental e esforço intelectual, que é aprender a tocar, ou melhor, conseguir tocar com as duas mãos ao mesmo tempo, porque consigo fazer baixos e tenho alguma destreza para as melodias e solos. Aprender a tocar e conseguir evoluir num instrumento nunca foi problema para mim – tirando o violino e o acordeão – é tudo uma questão de tempo e disponibilidade. E se consegui aprender a tocar bateria sozinho, com muita exigência e teimosia, também vou conseguir dominar o piano. Não é de um dia para o outro, nem no espaço de um ou dois meses, mas vai acontecer. Pouca gente conhece este meu desígnio, uma vez que me dedico à guitarra desde os meus catorze anos, à composição desde os dezasseis, e mais recentemente à voz, mas depois da bateria e agora do piano, só me resta o saxofone para completar a tríade da minha veneração (alguém falou em jazz ou contrabaixo!?). E não se trata apenas de possuir e saber arranhar qualquer coisa ou fazer figura de quem sabe, mas sim de traçar o difícil objectivo (para alguns impossível), ter prazer em alcançá-lo, conseguindo dominar minimamente aqueles que desde cedo elegi como os meus instrumentos preferidos, e fundamentalmente tocá-los por gosto e deleite pessoal. Há quem faça desporto, há quem queira fazer filmes pornográficos, há quem se dedique à pesca, o meu chamamento é a música.

sábado, 16 de dezembro de 2006

Cidade x Campinho

A casa de banho da minha casa é interior e não tem janelas, mas tem uma série de respiradouros espalhados por duas paredes e funcionam bem porque se nota que há circulação de ar e nem por isso tenho de gramar com os sons e cheiros característicos das casas de banho da vizinhança do resto do prédio, mas tem uma particularidade interessante (ou não!): ouvem-se os sons que vêm da rua. Quando estou sentado no cagueiro – acho que tem mais sainete do que dizer sanita ou latrina – oiço uma série de barulhos típicos da rua da frente da casa. Se fechar os olhos até parece que estou a arrear o calhau no telhado ou na varanda, pois a barulheira é mais que muita e também se sente corrente de ar, coisa que só sabe mesmo mal quando estou no banho, aí tenho mesmo de fechar algumas das grelhas para não rapar uma frieza desgraçada. O engraçado é que certos e determinados sons, como um cão a ladrar, um puto a chamar outro ou um trolha a assobiar enquanto carrega uma lata de 25 litros de tinta e vai dizendo alguns palavrões pelo meio, faz-me parecer que estão cá dentro de casa, ali mesmo na minha sala, a situação do cão foi a mais caricata de todas, porque apanhei um susto do caraças. São no mínimo curiosas, estas novas particularidades tão características da vida na cidade. É que até agora, e já vivi em Beja num r/c, em Faro num 3º andar e em Lisboa num 6º, nunca me tinha apercebido destas coisas. É caso para dizer “ai que bem que se está no campo Adelaide!”. Como vivo num bairro sossegado até me estou a habituar depressa e estou de facto a gostar da experiência de viver sozinho, mas a Courela do Tanganho domina, sem dúvida.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Long live and god save Quim Bóio

Em Inglaterra, um homem, e vamos identificá-lo como Bóio, Quim Bóio, foi encontrado a dormir numa linha de comboio, mas não se tratava de uma linha de comboio num local remoto e isolado, foi mesmo numa de oito ou nove linhas situadas numa zona que, a julgar pelas imagens, mais parecia um terminal ou uma estação. O Quim estava tão alcoolizado que nem se apercebeu de nada nem sequer acordou com as várias composições que passaram, e segundo referiu o pivot do telejornal, até fez do carril almofada para a cabeça. O que dizer de uma coisa destas? Ca’ganda carraspana, fogo!? Nem interessa porque razão o desgraçado se embebedou daquela forma, como se não houvesse amanhã, mas o pior é que além desse motivo ainda vai ter, muito provavelmente, de cumprir até seis meses de pena, visto ter sido acusado de obstrução de linha de caminho de ferro e ter provocado atrasos consideráveis e prejuízos significativos. E como foi o Quim descoberto, perguntam vocês? Aparentemente, os milhares de câmaras de vídeo-vigilância espalhadas pela cidade de Londres, que muito me chocam como princípio, até serviram para evitar que o tipo fosse passado a ferro enquanto dormia. Ganda maluco!

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Josh Groban, o fenómeno!

Já repararam bem no reclame do Josh Groban que passa na tv? O tipo parece cantar bem e ter um vozeirão fantástico, mas com tanta gente a dizer o nome dele e de forma tão entusiasta, até parece que só eu é que ainda não ouvi falar dele. De facto o anúncio está muito bem conseguido, pois não mais esqueci o nome do gajo desde que o vi pela primeira vez na televisão, mas estou convencido de que se houvesse uma campanha de marketing consistente, assim deste género, para promover um tuga com um nome sugestivo, assim tipo Arrufa Picanço, Tomé Peidinho ou Augusto Fónix, também este se tornaria um fenómeno de vendas de proporções galácticas em muito pouco tempo. Senão, vejam o que aconteceu com o Zé Kabra. Numa altura em que se discute a possibilidade de regular a publicidade direccionada para as crianças com menos de 12 anos, acho que se devia pensar mais a fundo na questão (e não só na televisão). Não sou preconceituoso nem faccioso ao ponto de falar nesta ou naquela marca, neste ou no outro anúncio, a esta ou àquela hora, nesse ou no outro local, desta ou daquela forma, direccionado para esta ou aquela faixa, acho é que as pessoas deviam abrir a pestana… antes, durante e depois dos intervalos publicitários. E sinceramente, quem é o Josh Groban, além de ter um ar de lunático e pinta de ex-delinquente?

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Biografias e entrevistas a gente com (pouca) cabeça

Depois de reler o post anterior, e à luz dos recentes acontecimentos, acho inaceitável o que tem acontecido nos últimos dias. Há os que aceitam dar entrevistas em que confessam ter posto bombas em aviões, isto depois de trinta anos de silêncio; outros aceitam que se façam biografias sobre a sua vida, em que confessam terem sido responsáveis por pagar a capangas para que dessem sovas em alguém, a mando de dirigentes de clubes desportivos… Sinceramente, o que é que está a acontecer à justiça neste país? E às mentalidades individuais ou à noção de consciência comum? Já vai sendo cada vez mais normal ser-se cínico e contar-se as coisas apenas e só por dinheiro ou notoriedade e nunca por responsabilidade, sentimento de culpa ou arrependimento. Não preciso de reflectir muito para chegar à conclusão que esta gente me mete uma bequinha de nojo... assim a atirar para o bué!

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Livros de cabeceira por gente sem cabeça

Nos dias que correm toda a gente que é gente, e isto significa mesmo TODA a gente, escreve um livro. Quer dizer, escrever não escreve, mas lança assunto para que se escreva um livro sobre a sua pessoa, assim em jeito de biografia. Desde o governante has been, ao político never was, passando pelo coveiro solitário, o árbitro polémico, ou até mesmo a ex-striper/puta-amante do dirigente de clube de futebol, qualquer pessoa pode ganhar dinheiro e protagonismo com uma biografia feita sobre si ou apenas sobre um pormenor ou um momento específico da sua vida. É ridículo! Sinceramente, já espero uma biografia sobre o Emplastro ainda a tempo de forrar as prateleiras da Fnac antes do Natal. Como em toda a obra de ficção que se preze, livro ou não, qualquer semelhança entre a realidade e um sketch dos Monty Python será pura coincidência. Este país é um antro de vendidos! Isto é curioso, quase, quase a roçar o cómico, mas não deixa de ser grotesco.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Monopólio da idiotice ou idiotas a jogar Monopólio?

Há uma questão pertinente e curiosa que me tem dado muito que pensar:
Será que o Vale e Azevedo, quando era puto, gostava de jogar ao Monopólio? E se sim, era pessoa para ganhar ou passava a maior parte do tempo a ir directamente para a prisão sem passar na casa de partida e sem receber 2000€?

sábado, 9 de dezembro de 2006

“Here, there and everywhere…”

Depois de tantas tentativas, eis-me a morar sozinho. E não é que é exactamente como o poeta dizia!? Primeiro estranha-se, depois entranha-se! Não vou ligar muito à sensação inicial, vai ser bom e já fazia falta, e o engraçado é de facto a mudança, é o que mete pica: os amigos a ajudar; a indescritível quantidade de tralha; a ligeira mas agradável confusão; descobrir como entreter a mãe para que não dê conta que agora é que é de vez, e ajustar o cronograma ardilosamente para que os dois não se encontrem, os pais, porque isto agora é território neutro, finalmente; as sete viagens da Jacky atulhada até ao tejadilho, inclusive no banco da frente, sem espaço para conseguir meter a quinta; o furgão do pai de um amigo; a montagem dos móveis do Ikea – até me saiu um brinde, desorganizados dum cabro grande! – a insanidade típica das mães, que fazem questão de lavar a roupa toda e também a loiça nova a estrear; as primeiras jolas na casa nova com os amigos; a perspectiva de muitas noitadas e jantaradas; a vizinhança a mandar vir por estarmos a montar móveis às duas da manhã; entre tantas outras coisas caracteristicamente interessantes… e é tão bom poder deixar o tampo da sanita sempre levantado! E as putas das torneiras do gás que para estarem abertas têm de ficar na perpendicular uma em relação à outra!? Meia hora gasta a entrar e sair de casa, descendo e subindo as escadas do r/c para a rua (ainda são dois lances), em pijama, para tentar perceber porque é que o gás não chegava ao esquentador, e finalmente acabar por pedir à vizinha da frente para ir espreitar as suas torneiras e ver em que posição estavam. Que cena manhosa! Mas é bom, é uma sensação de conforto e liberdade ao mesmo tempo, vale bem a pena! Assim como o Air Force One está para o presidente dos EUA, e a Jacky está para mim (qualquer veículo meu é uma Jacky), assim estão também os meandros por onde me movimento e os tugúrios onde habito. Hoje os Álamos, amanhã o mundo… a Courela do Tanganho é e será sempre onde eu estiver, and the blog lives on!!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Filmes, bebidas licorosas e piadolas foleiras

Segunda-feira é, por defeito, a noite do cinema, pelo menos cinema em sala de cinema. É o dia das sessões mais baratas e é quase sempre uma noite morta em que não se faz grande coisa, é quando dá jeito. Mas eu ando viciado no dvd – filmes, séries, documentários – e já não vou ao cinema há mais de três meses. Em casa posso comer o que quiser enquanto vejo um filme, o único a comer pipocas sou eu e com o barulho que faço a comer posso eu bem, vou à casa de banho quando bem me apetece e demoro lá o tempo que achar necessário, e faço ou não intervalos se bem me aprouver. No cinema, principalmente às segundas, e sobretudo em época natalícia ou de férias em geral, arriscamo-nos a gramar com um bando de putos irrequietos muitas vezes a roçar o insuportável. Mas a verdadeira razão que me tem afastado das salas de cinema durante tanto tempo, e sim, muito tempo para quem ainda há três anos chegava a ir três vezes por semana, desde a sala mais comercial ao tugúrio mais alternativo, passando pelos ciclos e festivais de cinema – aliás, os típicos ciclos de cinema em Évora não passavam de filmes bons em cenários maus: cadeirita de pau, projector de filmes do tempo da Segunda Guerra Mundial, o filme era visto projectado na parede, mesmo com escápulas e um ou outro cartaz de festas do 25 de Abril e há quinze anos atrás, pouco mais havia que beber do que cuba livre e mojitos, e outras características do género – prende-se com o facto de não ter companhia. Se estiver em Lisboa ou outra cidade qualquer em formação, férias, ou seja lá o que for, sou capaz de ir ver um filme sozinho, não considero tempo perdido, antes pelo contrário, mas já cá em Évora não consigo ter vontade de o fazer, soa-me sempre a tempo gasto quando podia estar a fazer outra coisa “melhor”. Talvez não tenha grande explicação, mas sinceramente não consigo ganhar vontade de o fazer regularmente, fi-lo uma vez e não me soube muito bem. Com quem é que eu vou mandar bocas sarcásticas ou lançar piadolas foleiras a arranhar o ordinário? E se precisar de perguntar “quem era aquele tipo dos óculos com mau aspecto que saiu da casa do mafioso, o gajo não estava do lado deles? E a loira é quem!?”. O cinema fez-se para se apreciar em companhia e não sozinho. Por outro lado, também achei algum interesse em estar na sala e ir dando atenção às reacções do público a certas cenas do filme – era um thriller. Há sempre coisas boas a aproveitar em qualquer situação, mas sozinho no cinema perco mais atenção ao filme do que se estiver acompanhado e constantemente a ouvir e mandar bocas.

sábado, 2 de dezembro de 2006

Ganda galo, parte deux

Porra, já não bastava estar mal de estômago, andar a pouco mais de torradas sem manteiga e água há dois dias, dormir mal, ter de beber Coca-Cola como se não houvesse amanhã, ir a um casamento sem poder comer nada, e agora ter de aturar a pata da Floribella também na RTP1?!? Os tipos do Top+ bem podiam passar a informação do lugar em que está a merda do cd da banda sonora daquela série manhosa sem terem de pôr o videoclip todo do princípio ao fim, tenham dó! Perdoem-me o mau feitio e o trato assim a atirar para o áspero, estou mesmo com mau feitio. Mas só isso, porque a sinceridade é característica e já faz parte. Vá a ver...

Ganda galo!

Para quem gosta de piadolas, ditados e clichés, fiquem sabendo que o cúmulo do azar é estar mal de estômago – que é como quem diz "a cagar fininho" – num dia em que se vai a um casamento! Ganda galo, é preciso ter azar! Vou a dois, três casamentos no máximo por ano, e logo agora é que me deu para comer um doce de ovos e natas que a minha mãe fez para o aniversário do meu irmão, e eu levei para minha casa e lá ficou durante uma semana, até que anteontem me lembrei de o ingerir... burro, devia ter pensado nisso. Mas além de ser um casamento, pois que estou mal de estômago, não estou de cama, tenho mesmo de ir porque vou tocar na banda, não sou convidado, senão, e calhando a ser um primo afastado, até me baldava. Assim tenho de estar no palco a noite toda a ver aquela horda de grifos a banquetear-se com os enchidos, carnes fumadas, queijos, acepipes e ors d'ouvres (acho que é assim, nunca tinha escrito tal palavra), saladas e frutas tropicais, vários pratos principais, e os doces, aííííí os doces! É ver o pessoal a atascar-se em doces conventuais, doces alentejanos... txiii... bem, chega de tortura, já basta logo. Casamento do demo!!
Ah!, e se tomarem UltraLevur, abram o blister como a figura indica, porque se fizerem força como se faz para tirar os comprimidos, destroem a cápsula que está lá dentro. Dá um efeito giro, mas é um desperdício. Se quiserem partir uma coisa que faça um efeito giro e sem inconvenientes de maior, vão guardando aqueles cd's e dvd's que ficam mal "queimados" e aventem-nos à parede... espectáculo! Depois é só varrer os estilhaços, eheh!

Dica: Coca-Cola, líquido endemoninhado que raramente consumo, comummente utilizado para limpeza pratas, colecções de moedas, canalizações e fossas sépticas, é excelente para fazer um reset ao estômago, mas convém tirar o gás e bebê-la tipo xarope. É à confiança, até há médicos que receitam isso.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

O Super Pai existe!

O meu primo é o verdadeiro Super Pai! Não me refiro à série da TVI nem aos quadradinhos da Marvel, mas de facto ele está muito bem treinado e tem características fora do comum. Ele e a namorada, dois dos meus melhores amigos, tiveram uma filha há muito pouco tempo, e entretanto ele teve um “azar” – nem tentem perguntar que azar foi esse, porque é material digno de outro blog – que o deixou com uma perna partida e a ter de se mover com a ajuda de duas muletas. No fim de semana fui visitá-los e, quando passei frente à janela da cozinha, ele estava em pé a preparar um biberon, mas quando entrei, escassos dez segundos depois, já estava sentado no sofá, com a menina ao colo, a dar-lhe o biberon. As muletas lá estavam também, devidamente acomodadas e encostadas ao sofá. Quando lhe perguntei, ele confirmou que se encontrava sozinho em casa com a miúda. Eu tenho a certeza que não tenho dois primos gémeos, e não me parece, assim de repente e mesmo depois de ter reflectido muito (ok, q.b.) sobre esta questão, que o gajo conseguisse fazer tudo aquilo e tão depressa, além de que não me apercebi de ter começado com alucinações, mas há sempre uma primeira vez! Ando cansado por causa da mudança, deve ter sido golpe de vista ou ilusão óptica, foi isso, pois!

I'm back, baby!

Para os mais distraídos expeço um pedido de desculpas pelo meu breve afastamento do blog, pois que mudei de casa e ainda não tenho internet no meu covil. Uma vez que venho fazer ainda algumas refeições à Courela do Tanganho, casa dos meus pais, aproveito para me ligar à net e escrever este e outro post, que deveria ter ido para o éter no domingo, mas como andei feito maluco de um lado para o outro desde sábado, e com o pc desmontado, foi ao ar… agora sirvo-me do portátil para fazer o conveniente e já necessário update do blog. Até ter net em casa, poderei falhar um dia ou outro, mas postarei sempre que me for humanamente possível. Para mal dos vossos pecados, e a bem dos vossos desejos, que é como quem diz “vontade extrema de dar umas valentes e profícuas gargalhadas, umas vezes contidas outras vezes à grande e à francesa, mas sempre genuínas e cheias de entusiasmo”, este blog parece ser pior que o coelhinho da Duracell… e dura, e dura, e dura, e dura, e dura… mas não tanto como um filme do Manoel d’Oliveira, que é chato e comprido. São coisas distintas! Seja como for, aqui fica o post que esteve estes dias em stand-by…

sábado, 25 de novembro de 2006

Mais do Clube Jamba

Mas quantos animais loucos é que os tipos da Jamba vão inventar para ganhar dinheiro à custa dos idiotas do tuning dos telemóveis e dos ignorantes das telecomunicações? Sapos, cães, vacas, touros, macacos, monstros sem género e peidos sem forma e cheiro… que cambada de idiotas sem nada de interessante para fazer! O que ainda me chateia mais é que há por aí tanta gente com vontade de trabalhar, e inclusive com ideias interessantes, mas sem oportunidade de concretizar o seu negócio, e estes tipos enchem o bandulho à custa da arraia miúda. É o costume!

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

As velhas põem-se doidas, parte 1

Desde que me lembro do meu pai – e ele não foi gajo para ir comprar cigarros e aparecer trinta anos depois, aliás, nem eu os tenho, ainda! – que me recordo dele utilizar uma expressão idiomática muito característica: “as velhas põem-se doidas!” Anos depois lá vim a descobrir que ele tinha razão e qual o verdadeiro sentido e profundidade desta frase tão tipicamente dele. O fundamento que posso utilizar para dar significado à frase prende-se com a minha própria experiência com as velhas. Acontece que até há relativamente pouco tempo atrás sempre dei conta das velhas se despedirem de mim, momentos antes de virarem as costas para sair ou continuar o seu caminho, respectivamente quer fosse dentro de casa ou na rua, com um revigorante “ahh!, já está um homenzinho!”, enquanto puxavam insistentemente e com algum vigor por uma das nossas bochechas. Agora parece que mudaram o discurso, pois nas últimas vezes em que se deu este tipo de episódio, fui confrontado com um surpreendente “ahh!, então e quando é que se casa?”, e em tudo semelhante ao primeiro cumprimento, também acompanhado pela distintiva carícia facial… repararam na diferença!? Cabras das velhas, sabem mesmo como nos irritar, as maganas! Já não chega fazerem a vida negra aos maridos, durante 50 anos de casamento, fazendo-os trocar hobbys viris, como a caça e a bola (e reparem que ao princípio os nossos avôs viam a bola na televisão, entretanto foram renegados para o quintal, com o rádio a pilhas ou com a telefonia dos anos 40 que está na garagem, sem hipótese de sintonizar noutra frequência que não a da Renascença), por tarefas domésticas como a aspiração e a poda de sebes de quintal. Por alguma razão elas duram mais do que eles. Elas é que sabem! Seja como for, esta cena toda das velhas e dos puxões de bochecha fazem-me lembrar o filme do “Cabo do Medo”.

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

PDP, a puta da programação!

A programação da televisão portuguesa é uma mescla bizarra do melhor e do pior que há. Por exemplo, o Preço Certo é um concurso é manhoso a olho, aquele gordo até mete engulhos, mas as apresentadoras são de ter vontade para ver tudo do princípio ao fim… sem som, claro! A Praça da Alegria, não que tenha nada contra o Jorge Gabriel, e obviamente que gosto muito da Sónia Araújo, mas aquele Picolet, o Padre Borga e as carradas industriais de música Pimba são do piorzinho que aparece na tv, só mesmo sem som e a fazer zapping, porque aqueles pimbas usam umas fatiotas medonhas. Além da Sónia, também quero referir que o Guilherme Leite tem um papel muito importante com aquela personagem, diz o que é preciso quando faz falta, gosto muito! O programa da Fátima Lopes e o do Goucha ainda superam a Praça da Alegria aos pontos… negativos! A Fátima Lopes tem um programa que mais parece da TVI, e o Goucha tem um programa que mais parece da SIC, sinceramente não sei o que se passou nem qual deles é o pior. O primeiro só serve para mostrar as desgraças, chocar os telespectadores e gozar com tudo o que é gente conhecida e do jetset, enquanto que o segundo tem essa vertente mas temos de aturar o Goucha e aquela escanzelada que está sempre a sorrir, é bonitinha mas não me convence porque a vi a apoiar o Cavaco Silva para a presidência – comigo, só fica a perder! E o que dizer do Herman Sic…!? Nem merece grandes comentários e serei parco nas palavras: o gajo vendeu-se e aquele piquinho a azedo que sempre teve, transformou-se numa obsessão compulsiva que sobressai em todas as personagens que faz, todos(as) bichonas loucas, desde o Diácono ao Nelo. O Herman está decadente e sem piada, atingiu o fundo. Vamos ver o que sai deste novo programa que está para breve – espero pouco, talvez me surpreenda. Ultimamente só consigo achar alguma piada ao Monchique a fazer de Amália, mas olha outro que tal… Não que eu seja preconceituoso com homossexuais, nada disso, mas muito sinceramente, detesto bichas loucas, quer sejam “homens” ou tiazorras da linha, sei lá!

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Auto-massagens é que era…

Existe o conceito de auto-massagem sem que seja considerado masturbação? E se sim, haverá alguma forma ou mecanismo de aplicar massagens a mim próprio? …é que as minhas costas estão a dar cabo de mim!

domingo, 19 de novembro de 2006

A cadeirinha

A lei actual e vigente diz que as crianças devem andar de automóvel até aos 12 anos de idade numa cadeirinha própria acoplada convenientemente ao banco. Mesmo sabendo que, teoricamente, se entra na adolescência aos 13 anos (twelve, thirteen… teenage = a idade dos teens), parece-me um pedacinho forçado e só mesmo um atrasado mental para fazer uma lei assim. Obriguem toda a gente a andar de cinto de segurança – mesmo os tipos que seguem presos na mala, raptados pela máfia – cinto duplo que seja, ou até mesmo um colete de forças preso ao banco, mas não façam os putos andar de cadeirinha aos 12 anos como se tivessem 6, é indecente, inconveniente e altamente contraproducente! Senão, vejam: aos 12 anos eu já sabia guiar um carro e fazia-o sozinho, sem ninguém a acompanhar; fazia expedições de bicicleta com amigos que duravam dias inteiros – estávamos fora de casa, longe das mães e não havia telemóveis – ia com amigos, a pé, até às piscinas municiais (longe para caraças), já sabia há algum tempo o que era e como se dava um linguado (nem solha, era mesmo beijos), fazia programação em Logo no meu ZX Spectrum (Load “” Enter), entre muitas outras coisas típicas de um adolescente, ou de pré adolescente, vá!, mas nem nos meus piores pesadelos me aparecia a imagem de me deslocar de carro confinado a uma cadeira de bebé, que é exactamente o que aquilo é, não me venham cá com tretas. Mudem a lei para os 8 ou 9 anos, no máximo, sob pena destas gerações originarem (perdoem-me a redundância) uma quantidade industrial de inadaptados inaptos, e uma cambada de frustrados. Esta história da cadeirinha não ajuda em quase nada a prevenir acidentes, minimizar baixas ou educar a sociedade no seu todo, é fogo de vista!

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Agulhas, espinhas e calças de ganga com fecho-eclaire

Hoje ao almoço apercebi-me de uma coisa interessante, ou não! Procurar uma espinha numa travessa com uma dose de Bacalhau à Braz pode ser uma tarefa tão complexa e árdua como tentar encontrar uma agulha num palheiro. Se bem que assim de repente não me lembro da última vez em que tive a necessidade premente de coser um botão de uma camisa, a presilha de uma mochila ou a janela de uma tenda de campismo no meio do campinho. Assim de repente, até me lembro de no último concerto dos WHY ter levado o par de calças de ganga errado, pois tinha entre dois pares de calças para escolher, ambos gastos e rotos na zona dos joelhos, como eu queria, mas só um deles com o fecho da braguilha danificado, e foi exactamente esse que eu retirei do guarda-fatos assim meio à pressa e sem me dar conta. Já no recinto do espectáculo, e depois de correr as barraquinhas mais relevantes da Feira do Crato à procura de agulha e linha, inclusive pus três bombeiras a vasculhar a tenda da Protecção Civil à procura de qualquer coisa que se parecesse com uma agulha (bem sei que o ditado não contempla uma tenda militar, mas havia alguma palha espalhada no chão na barraca do lado, que tinha Caipirinhas, cus de bolo e outras bebidas exóticas), lá me consegui desenrascar, com algum sucesso, suturando a ganga da zona do fecho das ditas calças com dois clips de tamanho médio, capazes de suster 25 a 30 folhas A4, e pouco menos de uma dezena de agrafes tamanho 24... tudo feito à mão… sim, até os agrafes! Se tive medo!? Não, o conceito de fecho-eclaire com dentes de metal junto das jóias de família já me assusta o suficiente, e era coisa para durar pouco mais de uma hora com elas vestidas E as maganas das espinhas são manhosas quando damos por elas já na boca? Ao almoço contei sete, mas comi a dose toda, aliás, outra coisa não seria de esperar! Só não sou grande apreciador de azeitonas, mas como alentejano que sou, já me estou a educar para as tolerar e eventualmente começar a gostar do seu sabor, é de Homem, não!? Peixe é que não gosto nem à lei da bala... o quê!?? Se sou masoquista por comer Bacalhau à Braz num restaurante quando tenho tanto prato de carne por onde escolher mais as omoletes e as entradas? Pois bem, Bacalhau não é peixe, e se for no forno com natas então, sabe mêm’a pato!!

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

S.O.S. Professores

Estava eu a almoçar num restaurante quando vi uma notícia sobre uma linha S.O.S. para Professores. Escrevi "vi" porque de facto não ouvi a notícia, o restaurante era barulhento e não consegui ouvir nada, mas pus-me logo a imaginar o tipo de queixas que chegariam a este help-desk, call center ou lá como queiram chamar:

- o meu nome é Agostinho e fui colocado com 1/5 de horário, o que é que eu devo fazer?

- olá, eu levei mesmo agora uma bofetada de uma criança durante a aula. Posso dar-lhe outra de volta, mais ou menos com a mesma força, ou tenho de esperar por um familiar e arriscar-me a levar outra?

- queria saber a partir de que idade é possível deixarem-me olhar para as raparigas do secundário, mesmo que sem segundas intenções?

- eu gostaria de saber se é possível deixar os alunos fazerem as autópsias aos hamsters com as navalhas que eles trazem de casa se as desinfectarmos convenientemente na aula

- bom dia... como é que se escreve "sertesa"? É com "s" no princípio ou com "c"???

- desculpe, diga-me só a partir de que calibre é proibido trazer armas para a escola e se posso pedir aos miúdos para só andarem com navalhas se forem do tipo suíço ou se tiverem em dia de ter Trabalhos Manuais

- olhe, podia dizer-me o PI até à décima quinta casa decimal, é que a minha Texas ficou sem bateria e não consigo pô-la a funcionar com a luz desta sala de aula"

- heya mén! Puseram-me a dar aulas de Sexualidade na Adolescência a turmas do 12º ano! Agora só me falta ganhar o Euromilhões pá! A quem é que eu tenho de agradecer por isto!?


- desculpem lá, mas deram-me a escolher entre dar Religião e Moral ou Educação Física, mas eu toco numa banda de Heavy-Trash-Porno-Sonic-Death-Funky-Metal e ando numa cadeira de rodas, e agora os putos gozam comigo e só querem fazer aulas de corta-mato... eu bem os vejo a fumar brocas lá no pinhal, mas não consigo chegar lá e eles não me querem levar ao colo...

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Isto tá tudo menos seguro!

Noutro dia li, não sei bem onde, que a Marta dos reclames da OK Teleseguro é arquitecta e faz aquela publicidade para ganhar mais uns trocos, pois a vida não está fácil. O engraçado é que não anda muito longe da realidade, não da que se vê, mas da realidade que se sente e é corrente para os comuns mortais. Conheço muita gente licenciada que trabalha em call-centers e grandes superfícies, e há até muitos que nem isso conseguem arranjar. Conheço até quem esconda que tem mestrado ou doutoramento e não refira isso no curriculum ou numa entrevista. Parece ridículo, não? Isto, de facto, vai de mal a pior e não se vêem grandes possibilidades de melhoras. Expectativas defraudadas, promessas goradas, e um nível de esperança cada vez mais sumido. É caso para dizer, votaram neles não foi!? – ê’cá não!! – agora apeitem-se!

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Do nada vimos, para o nada caminhamos… o que é que temos a perder entretanto?

Poucas são as vezes em que publico material não original neste blog. Escritos baseados ou não, em coisas que ouvi dizer por parte de amigos ou totais desconhecidos, mas sempre bom material (ou não!). E tendo em conta que tenho mais do que uma ideia por dia para fazer um novo post, e que muito embora este blog já conte com mais de 365 posts, a esmagadora maioria dos quais, originais e provenientes do meu mui humilde e insano destempero, já tenho cerca de 224 ideias alinhadas para mais, muito mais – sem querer revelar muitos pormenores, posso apenas dizer que as ideias para novos posts estão, de certa forma, inventariadas (viram o “S7ven”? …é mais ou menos isso mas em ficheiros de Word e Excel). Não faço grande questão de publicar um post a cada dia, e tão pouco ando em grandes correrias contra o tempo para o poder fazer, acontece que tenho gosto em escrever, imaginação para o fazer, e as ideias continuam a fluir em forma de pensamentos gasosos (lá está, este termo já tem dono mas eu pedi para o utilizar, ele sabe quem é!) que teimam em desaparecer a não ser que os guarde em lembretes de texto ou mensagens no telemóvel, lembretes de áudio na máquina fotográfica que anda sempre comigo no bolso das calças (qualquer dia faço um blog só com as minhas fotos dignas do Portugal no Seu Melhor), ou mesmo mails mandados a mim mesmo esteja onde estiver – sim, isto acontece todos os dias desde Fevereiro de 2004, é de loucos, bem sei, mas o que hei-de fazer!? É quase uma demanda, assim bem ao género da busca pelo cálice sagrado, mas com a minha mente como cenário, e não há cá Indiana Jones’s, só Lara Croft’s! Agora não me apetece ir buscar uma ideia e fazê-la florescer ao ritmo frenético da minha húmida e fértil imaginação. Hoje deixo-vos com duas frases que apanhei na televisão. Respectivamente, no “Diz Que é Uma Espécie de Magazine”, dos Gato Fedorento, e no “Hérman SIC”, por parte do Nilton enquanto este lia passagens do seu novo livro. Aí estão as elas:

- «Os Pólo Norte têm um novo disco, “Deixem o Mundo Girar”, mas por favor deixem girar qualquer coisa excepto o disco dos Pólo Norte.»

- «“Um dia hei-de ter um Mercedes”, disse ele aos amigos. E deus um dia fez dele um taxista”»

Parecendo que não, e mesmo sem recorrer às ideias ou aos posts pré-feitos – embora lhes junte sempre um bocadinho de água antes de os colocar no microondas virtual – lá nasceu outro post. É mesmo assim, aparecem-me do nada!
E a resposta à pergunta é…

domingo, 12 de novembro de 2006

Desperdício de tempo!?

Não há nada como ficar em casa numa tarde de domingo a ver filmes do Steven Segall. Até parece que é tempo jogado fora, mas nem por isso, pode-se aprender muito com o rei da bulha. A melhor forma de provocar fracturas expostas com um único golpe, como ostentar mau aspecto e ainda assim parecer ter boa vontade, como estar vestido de forma a parecer uma cama grande por fazer, como não se ajoelhar nos balneários quando se está numa prisão de alta segurança, entre muitas outras dicas interessantes. Agora que penso melhor, o filme de ontem com a Britney Spears sobre os adolescentes nos EUA estava muito mais próximo da realidade, e as filmaças do Steven Segall têm mais feeling numa noite chuvosa de terça-feira do que ao fim-de-semana. A chatice é que estamos a entrar na quadra natalícia, e todos sabemos bem o que isso quer dizer… Sozinho Em Casa, Três Homens e Um Bebé, Música no Coração – antes perder uma tarde santa em casa com a família, do que uma noite inútil com a namorada a ver a peça do LaFéria – Ghostbusters, Doidos à Solta, etc. Ainda bem que passei estes dois dias em arrumações cá em casa, pois prefiro andar de cócoras numa arrecadação a cheirar a mofo (é bafio!!!) uma tarde inteira do que gastar tempo com a programação dos canais portugueses. Ainda assim, há excepções que confirmam a regra… all hail Gato Fedorento!!

sábado, 11 de novembro de 2006

Nacionalismo, Iberismo e gargalhadas

Não pude evitar de soltar uma gargalhada visceral quando vi uma reportagem hoje no telejornal à hora do almoço. A peça mostrava os argumentos de um grupo de alegados nacionalistas que fizeram uma queixa à Procuradoria Geral da República visando um ministro do governo português que terá feito insinuações à volta da questão das possíveis vantagens de uma união entre Portugal e Espanha. É claro que o ministro retorquiu e se refugiou no facto de ter sido uma forma de apelar ao interesse ibérico sem nunca pôr em causa a independência de Portugal, mas sim mostrando que o futuro do nosso país passará por relações cada vez mais estreitas com Espanha, no sentido de beneficiar ambos os países de forma producente e acertada. Não me espanta o raciocínio do ministro, pois até concordo, o que verdadeiramente me espanta é o sentimento bacoco que o tal grupo de nacionalistas mostra na sua exposição, ou não fossem todos eles militares ou ex-militares decadentes. Eu sou a favor da inclusão de Portugal no espaço Ibérico, pois parece que temos estado de fora há já muito tempo, talvez desde os Descobrimentos, e porque não a formação de um país único, composto por várias nações e culturas. Esta é uma característica definitiva da Espanha que nós conhecemos, mas que no mundo não percebe, pois não passa pela cabeça de ninguém, nem dos próprios Bascos, pelo menos na sua grande maioria, que o país se divida (já tenho ouvido rumores da existência de separatistas galegos se quererem juntar a Portugal, mas se os nossos bimbos são loucos, os galegos, que respiram o mesmo ar e habitam a mesma terra, não devem andar muito longe da insanidade também). E sendo assim, Portugal seria apenas mais uma província de um novo conceito de país, não muito longe da ideia da Espanha actual, forte e assertiva. Talvez assim isto tomasse um rumo certo e decisivo. Só vejo boas coisas a virem desta ideia:

- Portugal tornava-se mais competitivo economicamente, e nos dias que correm, dado o sistema em que a sociedade global se insere, infelizmente, permitam-me acrescentar, é na economia que está a razão de ser da maioria dos problemas de um país, quer seja numa óptica puramente liberal ou mesmo a da procura de um estado social justo e fraterno para todos

- alcançaríamos finalmente a possibilidade de ter quem governasse o país, na verdadeira acepção do termo (na pior das hipóteses, quem fosse afastado numa eleição, por exemplo, por má gestão, negligência ou incúria, jamais voltaria ao poder pois os espanhóis não são estúpidos, e por esta ordem de ideias os ibéricos tão pouco o seriam, nunca esse tipo de políticos conseguiriam voltar à política activa e ganhar uma eleição que fosse, nem para presidente da Comissão de Reformados da Junta de Freguesia lá Detrás dos Quintais ou do raio que a parta)

- teríamos horários de trabalho decentes e inteligentes durante o verão e a possibilidade de fazer a sesta que tão bem sabe e tão produtiva pode ser

- os feriados seriam todos “encostados” aos dias de fim de semana para que se pudesse descansar bem nesses dias, e trabalhar melhor nos restantes

- ainda teríamos mais peso, como ibéricos, do que os espanhóis têm agora no seio da UE, e mesmo que assim não fosse, os espanhóis já têm peso suficiente e nós precisamos disso

- os subsídios da UE seriam devidamente aplicados e a agricultura seria encarada de forma séria

- não precisaríamos de recorrer ao emprego que as fábricas das multinacionais internacionais “oferecem” quando se instalam aqui, nos chupam a força de trabalho, os subsídios e ajudas do Estado, e depois se transferem para outros países “mais pobres” antes de cumprirem o acordado e sem por isso terem de pagar as indemnizações estabelecidas, pois os espanhóis têm uma industria suficientemente forte no panorama internacional, fixadas em território nacional, capaz de dar emprego a muita gente, e industrias como a do calçado e têxtil só sairiam a ganhar desta fusão de países tendo em conta a investigação que por cá se faz e o investimento que por lá se faz

- enfim, poder-se-ia comer pão em território espanhol que não fosse de plástico eu definitivamente merdoso (gastronomicamente, as vantagens para Espanha seriam bestiais)

- e finalmente, apareceria alguém com tomates para chutar aquele desgraçado infeliz do Alberto João Jardim de onde ele nunca devia ter assentado arraial.

Voltando aos argumentos do tal grupo de nacionalistas e à argumentação que deu fundamento à sua queixa contra o tal ministro: está contemplado da Constituição Portuguesa e no Código Penal que o acto de proferir frases e ideias como as que acabei de escrever, coisa que também faço em conversas, pois sou tudo menos hipócrita e cínico e digo sempre o que penso, e penso exactamente que seria melhor para os portugueses que nos aliássemos definitivamente aos espanhóis, podem ser interpretadas como traição à pátria. O que é que eu tenho a dizer disso? Pois bem, que se lixe o que está escrito se não foi escrito no melhor e talvez verdadeiro interesse dos portugueses. Também está escrito que é para se fazer a Regionalização, também está escrito que a saúde é para ser de qualidade e gratuita, bem como o ensino, a cultura, etc. O que está escrito, normalmente é esquecido, mas não por mim! Este país está moribundo e a nossa classe política atingiu um grau de nefastitude (se esta palavra não existe deviaria ser inventada!) que só mesmo sendo corrida à paulada e a insultos e impropérios. Há excepções, pois há, mas já não vão tendo força para se fazerem ouvir (se bem que eu ainda os ouço). Eu escrevo e falo para poucos e não faço muito mais do que isso, mas já é um princípio e as ideias podem, de facto, mudar o mundo. É caso para dizer, não faças o que eu digo mas faz como eu faço. Talvez se houver mais gente verdadeiramente motivada e interessada em mostrar o que pensa e o que sente, este país tenha um rumo, e mesmo que não seja com os espanhóis, certamente será sempre ao seu lado.

Pronto, já desabafei!

Notas:
Iberismo – ideologia política dos partidários da união política de Portugal com a Espanha.
Nacionalismo – preferência, por vezes exclusiva, por tudo o que diz respeito à nação de que se faz parte; doutrina política (ou do partido político) que faz desta preferência o seu programa de acção; patriotismo.
Patriotismo – amor à pátria; qualidade de patriota; seios da mulher, quando volumosos.


Post Scriptum: eu sabia que havia qualquer coisa de bom em ser-se patriota, e sinceramente parece-me que estes nacionalistas andam é todos à mama e há muito tempo!

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Pergunta retórica, resposta parva.

- Então, saiu-te o EuroMilhões?
- Ya, saiu-me 2€ do bolso, foi o que foi!

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

O cão é o melhor amigo… das crianças!

Ter um cão é ter alguém quem nos coma os brócolos e as couves de bruxelas por nós enquanto somo putos, estamos à mesa, e os nossos pais não dão grandes hipóteses de fuga. Não havendo melhor sítio para esconder o que não queremos comer, há sempre um amigo pronto para nos ajudar. Vendo bem, é como alguém que esteja disposto a apanhar uma bala dirigida a nós, e isto é que é amizade! De certa forma é das poucas características que admiro nos cães, de resto prefiro os gatos.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Tal não é a cigueira, hã!?

Ninguém sabe o que é ser cego ou surdo até o ser, e a prova mais cabal do que acabo de referir é aquela sensação estranha que sentimos quando estamos numa ponta de uma divisão, fazemos o reconhecimento visual do espaço e dos objectos no caminho, memorizamos o percurso, desligamos o candeeiro nesta ponta da sala para podermos ir acender, às escuras, o candeeiro de tecto no interruptor da parede oposta, a uns bons quatro metros de distância. É um misto de desequilíbrio, inaptidão e estranheza quando a parede acaba por ficar mais longe do que nos pareceu quando ainda estávamos de luzes acesas, ou quando batemos em qualquer objecto com que não contávamos. Em relação à surdez a coisa difere um pouco, pois não dá para ensaiar. É tão fácil de perceber o que é estar-se surdo como é de criar o vácuo num saco de plástico com um aspirador, definitivamente inexequível. Por incrível que pareça ninguém está imune a uma possível situação destas, resta-nos apreciar o que há de bom na vida com todos os sentidos antes de os perdermos. Se ficarmos loucos antes disso, poderemos sempre tirar algum partido disso, e de certa forma não perdemos os cinco sentidos, apenas o que fazemos com eles. Assim a priori e sem grandes reflexões, acho que prefiro enlouquecer a ter uma doença degenerativa que me deixe incapacitado fisicamente. Mesmo que acabe a fazer figuras tristes, pelo menos não farei a consciencialização de uma morte anunciada. Mas isto sou eu a divagar quando não tenho problema nenhum de saúde, ou talvez esteja já um bocadinho insano, mas ainda assim chega bem para passar os dias com gosto e vontade. “Se não se pode ser um adolescente para sempre, ao menos que se seja um adulto divertido”. (esta ouvi hoje na Prova Oral e escrevi este post para a poder dizer…)

domingo, 5 de novembro de 2006

Francisco Buarque de Hollanda

Saí ontem do Coliseu de Lisboa com uma sensação que já me é, de certa forma, familiar. Não que já tivesse visto Chico Buarque ao vivo, mas porque tenho conseguido assistir nos últimos tempos a concertos de bandas e músicos que nunca pensei ser possível ver ao vivo. Caetano Veloso no Coliseu (tournée “Prenda Minha”) depois de muitos anos sem vir a Portugal; The Doors Of The 21st Century no Pavilhão Atlântico (mesmo sem o falecido Jim e o ausente John), quando inclusive cheguei a conhecê-los pessoalmente; Queen & Paul Rodgers no Estádio do Restelo (mesmo sem o falecido Freddie e o ausente John); Roger Waters no Pavilhão Atlântico (mesmo sendo a solo); e agora o Chico Buarque. Foram concertos que me trouxeram à memória muitas vivências e experiências da minha adolescência (tenho 28 anos e pareço um cota a falar, lol), é sempre bom quando isso acontece.
O que dizer de um ícone incontornável da música popular brasileira, um verdadeiro génio da música, um compositor fantástico? Um criador de uma música original e única, na forma e conteúdo, densa e cheia de simbolismo? Apenas que continua de boa saúde e, como manda a regra do vinho do porto, está melhor com a idade. Tímido como é seu apanágio, mostrou-se muito à vontade e isso notava-se na sua voz, talvez não tanto na linguagem corporal, mas ele lá explicou o porquê dessa sua postura. Falou mais do que se esperava, comunicou, e o concerto foi decorrendo durante pouco mais de duas horas, mostrando os temas do novo álbum (“Carioca”) e passando por alguns clássicos inevitáveis. Foram mais de 30 canções fantásticas interpretadas pela colecção de músicos brasileiros de mão cheia que o acompanham. De notar: o carinho do público, a receptividade algo contida mas assumida do Chico face ao calor humano naquela sala de espectáculos fantástica, a musicalidade e os arranjos formidáveis de todos os temas, mesmo os mais antigos, a interpretação vocal do baterista num registo jazz tipicamente negro ao estilo americano, proporcionando uma belíssima contraposição à voz meiga do Chico, e o marco indelével nas memórias de quem por lá passou, viu e ouviu um dos grandes da música brasileira, senão o maior! Valeu a pena esperar e considero não ter havido expectativas goradas, mesmo para quem se apresentava neste espectáculo com um certo receio pelos anos que o Chico passou afastado da música. Foi uma noite excepcional e inesquecível!

links interessantes (ou não):
http://chicobuarque.uol.com.br/http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Buarque
http://radiocomercial.clix.pt/destaques/doors/
http://ctanganho.no.sapo.pt/thebackdoors/d21c.htm

sábado, 4 de novembro de 2006

É m'ta fruta!

Epá, outra coisa que me irrita solenemente é acabar a refeição, preparar um valente taçalhão de morangos ou romã, como acabou de acontecer agora, levantar a mesa para depois poder sentar-me no sofá a degustar a fruta, esquecer-me e ir lavar os dentes… é óbvio que já não consigo comer a fruta depois de ter lavado os dentes. Quer dizer, até consigo comer, não é como se me apontassem uma pistola à cabeça, mas sabe mal como tudo! Depois até posso esperar vinte ou vinte e cinco minutos até que o sabor a bicarbonato de sódio tenha passado, mas nessa altura já não tenho a mesma vontade, e fico ali especado a olhar para a taça de fruta, toda jeitosa, com cara de parvo por me não me ter lembrado… piores são as vezes em que confundo a necessidade de lavar os dentes com a vontade de levantar a mesa antes de comer a sobremesa e acabo por ir parar à casa de banho com um prato e um copo na mão, são os chamados automatismos. Quando estou cansado dá-me para ir parar à casa de banho com loiça na mão.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

A pedido de várias famílias...

Pois é, o blog tem um público assíduo e houve muita gente a pedir para aumentar o tamanho da font, pois bem, as you wish...

O ridículo do termo “semi-novo”

Se há coisas que me irritam, uma delas é esta questão dos carros semi-novos. Mas o que é isto do “semi-novo”? Semi-novo é um carro de stand que já teve 128 peidas a roçarem-se nos estofos, muita gente mandar bafos contra os vidros e muita manápula nas maçanetas das portas – maçanetas!? também se aplicam às portas dos carros!? – isso sim é um carro semi-novo. Um carro que já teve dono é e será sempre um usado. Mesmo que seja o carro de serviço daquele stand. Agora, se está impecável, sem riscos, sem danos no motor, poucos quilómetros, ainda tem garantia e o camandro, mostrem-no, divulguem-no, mas não lhe chamem uma coisa que não é. Nesta lógica, o que seria uma bicicleta semi-nova? Já andou no passeio e no alcatrão mas ainda não pisou lama!? E um computador semi-novo? Já fiz alguns trabalhos em Word e Excel, mas ainda não consultei pornografia na net com ele!? E uma fatia de pizza semi-nova? Ah, já lhe tirei as azeitonas mas ainda só lhe dei duas trincas!? E um político? Pois, em tempos o tipo já foi da UDP, mas ainda não fez parte de nenhum governo nem se filiou ainda no PSD!? Não me lixem! Novo é novo, usado é usado, velho é velho, clássico é clássico e semi-novo é uma cagada inventada pelos stands para nos aliciarem a comprar carros com seis ou sete meses que alguém não conseguiu acabar de pagar, tendo eles ficado a arder com essa venda. E é muito bem feito, digo eu!

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Save it for a rainy day

Hoje fui com dois carros à inspecção, o meu particular e o do trabalho. Como se já não fosse irritante o suficiente ir uma vez, tendo de passar por aquele típico momento de roleta russa em que me podem sempre dizer “ah poi’sé! Isto está a babar da biela, tem as sombrinhas rotas e o cárter já pinga anticongelante”, ou algo do género, ainda tive de repetir a dose no mesmo dia. Não é que seja das piores coisas a fazer numa tarde de chuva em que se está de férias, podia ter de ir à Caixa Geral de Depósitos e passar trinta e quatro minutos naquele percurso labiríntico tipo entrada para o Oceanário durante a Expo98, ou ter de fazer uma colonoscopia – ainda não tenho bem idade para isso, mas há quem o faça desde cedo! (not me, entenda-se). Logo à noite, tendo em conta que sou o único a estar de férias, pois o resto da malta está de bule, e ainda por cima está de chuva, vou ter de ficar por casa a organizar a minha gaveta das meias ou qualquer coisa assim. Parecendo que não, acordar logo às 10h da manhã num dia de férias em que me deitei tardíssimo, com a empregada doméstica a arrastar móveis e o som do aspirador, até foi o pior momento do meu dia, depois só tem vindo a melhorar… ou não! Como vivo no campo, por enquanto, posso sempre tocar umas guitarradas ou bateria até às tantas e deixar a roupa interior para depois. É mê’misso! Como se costuma dizer no meu grupo de amigos: “chega-lhe bagage!”

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

É simples!

Entre a Floribella e a Doce Fugitiva… prefiro a Rita Pereira! :)

domingo, 29 de outubro de 2006

Mudança no tempo

É engraçado como me vou lembrando de certas coisas que nunca me viriam à memória a não ser neste tipo de ocasião. Ontem mudou a hora para o horário de Inverno, e ainda me lembro que, mesmo tendo uns pais tolerantes e arejados, um mais que outro, tive algumas situações em que tinha horas marcadas para chegar a casa. Nestas alturas podia sempre chegar a casa uma hora mais tarde e ter a desculpa da hora ter mudado, e até fazia questão de mostrar isso assim que estalava a discussão – “ah e tal, mas a hora mudou! Era para chegar às 2h e cá estou eu!” Já nessa altura, e devia ter pr’aí uns catorze anitos, gostava de confrontar o estabelecido. Agora que já sou adulto – pelo menos já tenho idade para ter juízo – não tenho tanto apetite por confusões, a vida já se encarrega disso e é coisa que nunca acaba nem tem descanso, mas continuo a gostar de confrontos e discussões, desde que tragam algo de novo... ou não!

sábado, 28 de outubro de 2006

Ah poi’sé!

Faço minhas as palavras do Augusto Inácio, treinador do Beira Mar de Aveiro:
“…no final eu só queria que o jogo continuasse, mesmo que fosse o Sporting a ganhar (…) acho que foi um jogo fantástico (…) é isto que faz com que as pessoas vejam os jogos, aqui ou na televisão (…) hoje foi o futebol que ficou a ganhar”.
Com tanta coisa má a rondar o futebol, suspeitas de corrupção, arbitragens manhosas, dirigentes sem escrúpulos, preços de bilhetes escandalosos, ainda vale a pena assistir a jogos de futebol, e o jogo de ontem é um bom exemplo de uma excelente partida de futebol. Sou Sportinguista e queria que o meu clube vencesse, mas se tivesse ganho o Beira Mar também me pareceria justo.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

I-K-E-Aaaaah já querias, pois!

Esta semana fui ao IKEA, e ninguém me tira da cabeça que aqueles nomes invulgares cheios de tremas e acentos manhosos que eles dão às mobílias não possam ser também coisas estranhas. E o que quero eu dizer com “coisas estranhas”? Pois bem, já explicarei. Com a quantidade de tralha que eles apresentam na loja, e algumas coisas bem miudinhas, estarão no limiar de terminarem as possibilidades que o dicionário sueco apresenta. Depois de esgotarem os nomes de objectos, e talvez já chamem Edalberto ou Jurema a uma estante para dvd’s e a uma cómoda de quarto, respectivamente, ninguém nos garante que eles não estejam também a utilizar uns nomes feios pelo meio. E perguntam vocês que nomes haverá que sejam mais feios do que Edalberto ou Jurema? Pois bem, ainda os há, mas refiro-me a “nomes feios” mesmo! Assim tipo: cabratino em folha de carvalho com 3 prateleiras amovíveis; putéfiazinha com revestimento de faia, duas gavetas e vários tipos de arrumação no seu interior; puto merdoso em várias cores e feitios para enriquecer o ambiente de um quarto de criança; ou cagalhão em mogno escuro, apresentando encaixes laterais para uma melhor acoplagem à sua bancada de cozinha… e quem diz isto, diz muito mais! Tenho de comprar um dicionário de Sueco-Português, está visto!

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Figuras tristes no elevador, parte 1

Uma pessoa vai de elevador a descer do nono andar para o lobby, mas vai tão distraída que nem se apercebe que parou no quarto andar para entrar mais gente. Como os corredores dos vários pisos são todos idênticos, essa pessoa saí do elevador disparada, sem se aperceber, e só quando vê o dístico com o número do andar colado na parede, ao lado do extintor e já depois do feto, três metros à esquerda depois da saída do elevador, é que se apercebe que não está no lobby. Nessa altura faz aquela expressão corporal e facial que os modelos exibem no final da passerelle, solta um grito envergonhado para que segurem a porta do elevador, volta para trás com cara de envergonhado, não olha ninguém nos olhos, e leva o resto da viagem, que deve durar aí uns bons vinte e oito segundos, a grunhir e a apertar o braço da mulher ou a bater na pala do boné filho, que não chegaram a sair mas também não o avisaram antes dele fazer figura triste. Mas o mais engraçado é que isto não é uma questão de feitio, embora haja quem seja mesmo distraído, porque estamos todos sujeitos a fazer esta cena num hotel qualquer. É assim a atirar para o ridículo, mas não é propriamente a coisa mais humilhante que nos pode acontecer.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Fosquitos, Bolo-Rei e políticos nojentos

Eu podia ser puto outra vez, inocente, até parvo, mas nunca cairia numa de comer um snack com o nome Fosquitos! Que raio de nome é este, Fosquitos? Eu até gosto muito dos espanhóis, acho-os inteligentes e determinados. Por mim até podíamos fazer parte de um único país, uma federação de nações ibéricas, mas este tipo de coisas teria de acabar: Fosquitos, Kinder Delice!? Naaa!! Mas mesmo assim ainda prefiro estes doces ao Bolo-Rei. Porque infelizmente, sendo que me sabia muito bem naquelas noites de Inverno, acompanhado com chá ou chocolate quente, desde aquela famosa cena televisiva do Cavaco Silva a comer Bolo-Rei de boca aberta para meio mundo ver, que não consigo papá-lo. Nem a ele nem ao bolo! E também tenho receio que haja favas em todas as fatias.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Bimbo, Super-homem e postas de pescada

Por falar em bimbos… aqui há dias passei por uma carrinha da Panrico na estrada, buzinei e chamei-lhe “bimbo”, o gajo riu-se e deu uma buzinadela amigável de volta! Acima de tudo, e com tanta contrariedade que apanhamos pela estrada fora (alegoricamente ou absolutamente, também poderia ter dito "vida"), há que se manter um nível mínimo de humor e de preferência nos limites do saudável. Fora dos limites, já a roçar a insanidade, mas por defeito (se não entenderam esta fiquem-se pelo "poderia querer dizer com"... ok, isto hoje está complicado, é do sono!), estão as vezes que passo por debaixo de viadutos e grito, de vidro aberto e a pleno pulmão, "Diiiiaaaaanaaaaa!". Não me perguntem porque o faço ou com que intenção. Apenas posso dizer que não é nenhum tributo, até porque ela não me dizia nada – e não disse, eu nem a conhecia! – mas também não é puro gozo, embora goste particularmente de contar aquela anedota sobre o Super-homem e a Princesa Diana. É apenas e só um pancadão que me dá! Todos temos coisas destas e convém não as perdermos, senão as pancadas que as vêm substituir podem ser bem piores, estas ao menos são inofensivas e "engraçadas".
Se tiverem coragem postem a vossa maior pancada, mesmo que pareça que estão a "arrotar uma posta de pescada"! Desculpem a redundância óbvia e ridícula, mas apeteceu-me construir a frase nesse sentido, às vezes dá-me para isso... são pancadas!)

domingo, 22 de outubro de 2006

Massas, povo e futebol espectáculo

Estou de saída para ver o meu primeiro jogo de futebol num estádio, e embora esteja mau tempo, faço-o com muito gosto e vontade, mas também porque a minha ida foi facilitada por um amigo que deixou usar a sua gamebox, porque se tivesse de pagar um bilhete teria de desembolsar entre 60 a 115€… para ver um jogo de futebol?

Então o futebol não é o desporto rei, do povo, das massas?

Das massas sim, do povo não!

E ainda por cima os bilhetes têm IVA a 5%, o que me parece ainda mais escandaloso quando temos de pagar IVA a 21% em produtos como pasta de dentes e desodorizante, supostamente, bens de primeira necessidade.

Incrível, não? E já nem falo de cultura, como cd's, dvd's, livros e concertos ou cinema, porque isso nem vale a pena, mas lá vou eu, estrear-me num clássico entre Sporting e Porto, e possivelmente ver o meu clube ganhar aos bimbos e isolar-se na liderança.

Nem quero saber da chuva!

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

É a puta da miséria!

Que raio de país é este em que vivemos? Tudo aumenta excepto o poder de compra! Preços, adversidade, ansiedades e frustração. Nem me vou referir a coisas que encaixam no conceito de vícios, como por exemplo tabaco, ou certos aumentos que se justificam, mais não sejam porque são impostos pela conjuntura económica global, que seria outra conversa. Eu refiro-me aos combustíveis, aos impostos directos, à “taxas moderadoras”. Francamente! Assim de repente, até parece que quem decide, ou quem manda em quem decide, que por sua vez em quem de facto decide, quer tirar as migalhas aos mais desfavorecidos e ainda por cima expô-los como alvo de chacota. Para que servem as taxas de internamento hospitalar? Não estamos a falar de taxas moderadoras, pois quem é internado é porque precisa, e não para ver se a coisa passa à base de caminha e comida de hospital. E o anunciado aumento de 16% e 8% na factura da energia eléctrica para os consumidores domésticos? E o ministro ou o secretário de estado, não tenho bem a certeza porque apanhei a reportagem a meio e era na rádio, ainda tem a lata de dizer que estes aumentos são culpa dos consumidores, que andaram uma série de tempo a pagar menos? Então e os lucros astronómicos da EDP? E as empresas não pagam mais porque têm de se manter competitivas? Já dizem tudo! Nos dias que correm, estes cabrões têm tomates para dizer qualquer coisa. Se não são os espanhóis a tomar conta deste país em quanto é tempo, isto cai num buraco sem fundo e nunca mais nos levantamos. Prevejo que este país se torne num resort para gente que pode, com umas praias porreiras, monumentos engraçados, gastronomia boa, bons hotéis, e tudo a que os ricos têm direito. E a gentalha, que se move com fome e maltrapilha, mais dia menos dia, sem acesso a seguros de saúde e reforma, acaba por ir morrendo aos poucos, longe das câmaras dos programas da socialite e das revistas cor de rosa, porque não dá jeito nenhum darem nas vistas, mas se vierem pedir uns trocos, lá de vez em quando haverá um ricaço que tenha pena e lhes dê uma milena, que é como quem diz uma nota de cinco árois. Em consciência e bem ponderado, não consigo votar nos dois partidos que têm as melhores possibilidades de formar governo. Para dizer a verdade, não os distingo. Mas não deixarei de votar nos que não se calam, custe o que custar, e eu também nunca deixarei de expressar a minha opinião, porque mesmo que passe mais tempo no sofá do que em marchas e manifestações, tenho a noção de que as ideias que se dizem e se lêem também podem ir longe e mudar muita coisa, devagarinho, mas podem!
Este blog já há algum tempo que tem um público mais ou menos certo, e são pessoas de certa forma militantes. E se voltam cá, e de vez em quando até deixam uns comentários interessantes, é porque não apreciam apenas a minha insanidade nos posts humorísticos, mas também a minha lucidez nos posts sérios. Mas mesmo as coisas sérias podem ser tratadas com alguma leveza e humor, porque já bem basta o que basta! E sendo assim, venham daí esses comentários. Façam-se ouvir! Digam que sim ou que não, contradigam-me, digam que eu não tenho razão, mas façam-no com fundamento e com vontade, que eu responderei de volta…

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Blusas de malha, t-shirts e muita parvoíce à mistura

Então e a briga que é tentar vestir uma blusa de malha justa com uma t-shirt por dentro, tudo ao mesmo tempo, que deixámos preparado de véspera? É preciso ser-se muito totó para nos perdermos dentro de uma blusa de malha, mas por mais que façamos jeitos aos braços e tentemos encontrar o buraco com a cabeça, não há meio de nos orientarmos. É ridículo, e nem sempre estamos sozinhos quando montamos este espectáculo. Mas mais parvos somos, quando despimos aquilo tudo (volto a repetir, 2 peças de roupa 2), ajeitamos e alinhamos os orifícios, ficamos uns sólidos três segundos a avaliar a melhor forma de as trespassarmos e voltamos à carga… escusado será dizer que mais uma vez sem sucesso! Se isto não é nem esperteza nem o nosso instinto animal a funcionar, então o que é!?

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Anedotas Reais x Realidades Anedóticas

Isto que vos vou contar agora é uma história verídica, e por muito anedótica que pareça aconteceu mesmo. Sem querer referir onde e com quem se passou, começo por dizer que foi um tipo, autêntico marialva, verdadeiro aficionado, apreciador de fado e caçador nos tempos livres (se calhar também batia na mulher!), que passou a ter como vizinho, um outro tipo que tinha coelhos. Tinha coelhos mas era um tipo normal! Mas atenção que não eram uns coelhos quaisquer, tratava-se de animais com pedigree, puros (não eram cubanos!), branquinhos, anões, de orelhas pequenas, e que valiam uma pipa de massa. Passados uns dias, o novo vizinho convidou o tipo para ir ver a sua casa, conversar um pouco de forma a conhecerem-se melhor. E foi então que lhe apresentou a sua criação de coelhos anões – devem ter um nome mas não me apetece ir à procura na net! O marialva, como caçador que era, tinha um perdigueiro em casa, e um dia, ao chegar a casa, vê o quintal todo pateado de terra e o seu fiel companheiro com um dos coelhos na boca. Ao ver aquele estavarneio todo, pensando que teria de pagar uma boa maquia ao vizinho em jeito de indemnização, pensou muito rapidamente, e mais célere foi a agir. Prendeu o perdigueiro, deu-lhe banho, limpou o quintal, pegou no coelho e lavou-o com Soflan, e na calada da noite decidiu restituir o coelho ao seu local de origem. Ok, até aqui tudo bem, bizarro, mas nada que surpreenda por aí além… não fosse ter acontecido o que vos vou contar de seguida! No outro dia pela tardinha, o dono dos coelhos, dando largas à recém adquirida intimidade com o vizinho, foi ter com o dono do cão e disse-lhe o seguinte:
- vizinho, queria dizer-lhe uma coisa que acho tão estranha, que nem tenho vontade de contar a mais ninguém. Então não é que noutro dia morreu um dos meus coelhos, enterrei-o no quintal, e agora aparece-me outra vez, morto, ao pé dos outros na gaiola!?
Escusado será dizer que esta história tem sido contada pelo dono dos coelhos.
Será que a maioria das anedotas tipicamente tugas nascem de histórias verídicas? E nos outros países e culturas, como é? Se já se fizeram estudos sobre alcunhas, porque não realizar um sobre anedotas? (desde que não usassem o Fernando Rocha como objecto de estudo, claro!)

relembro:
http://ctanganho.blogspot.com/2005/08/no-norte-tudo-gente-doida.html

domingo, 15 de outubro de 2006

Obesidade e cretinice mórbidas

A Organização Mundial de Saúde realizou um estudo que conclui que há mais pessoas a sofrer de obesidade do que a passar fome... que inflexões se podem conseguir com uma breve análise a esta frase? Quanto a mim é simples, não significa que haja menos pobreza, menos miséria e menos fome, mas sim que os mais pobres continuam a gastar mal o pouco dinheiro que têm. Se também há pobres obesos, isto só pode querer dizer que andam a gastar dinheiro em McDonalds e porcarias do género! E quanto dinheiro se gasta em tuning? E em cd’s de música pimba? E em espectáculos do La-Féria? Está tudo mal, mal! Deviam ter tacto e pensar melhor no que gastar o dinheiro.

sábado, 14 de outubro de 2006

Nobel da Paz

Nos dias que correm, e de forma acelerada, já não se pode falar em mundos distintos, ocidental e oriental, como duas realidades separadas. Serão coisas diferentes, e em certos casos opostas, mas a sociedade global é uma realidade e um facto intransponível. Hoje em dia não há buraco onde alguém se possa enfiar que as câmaras de televisão ou de satélite não cheguem ou os GPS não captem – vejam o caso do Saddam Hussein. O dinheiro, o poder, a luta de interesses e a conquista da informação são o mobile que fazem o mundo girar, sem dúvida, mas ainda assim vamos assistindo a pormenores muito interessantes e deveras significantes. Certas instituições, tidas como conservadoras e relativamente paradas no tempo e no espaço, têm dado mostras de um genuíno interesse pela diferença e pela originalidade, contrariando completamente o esperado. É o caso da Academia de Artes e Cinema dos EUA, que nos tem surpreendido nas escolhas para os Oscars mais importantes. Mais recentemente, coisa que me deixou completamente siderado, o exemplo do Nobel da Paz para este ano: a escolha deste ano foi para Muhammad Yunus, um tipo do Bangladesh que, nos anos 70, decidiu fazer um banco de crédito (Banco Grameen) que faz micro créditos para pessoas altamente carenciadas, sem a necessidade de garantias bancárias, o que seria impossível noutro banco qualquer, com o intuito de erradicar a pobreza e a miséria no seu país. Ok, até podem dizer que se trata de mais um banqueiro, coisa que não surpreende muito, mas basta verem o tipo ao lado dos outros, todos eles de fato e gravata, iguais a si mesmos, para ver que este é diferente, por fora e por dentro. O homem emana uma serenidade e equilíbrio que faz impressão, mas isso é outra conversa. Estou aqui a tentar mostrar que há esperança e que talvez valha a pena apostar na mudança. Há cada vez mais actos de rebeldia e tentativas de revolução apelidados de terrorismo, mas também há quem consiga, por dentro ou por fora, ir mudando e moldando o sistema, apelando às consciências de forma muito inteligente e lúcida. É a prova de que as ideias podem, de facto, mudar o mundo! Temos de começar pelas consciências, combater a idiotice e a ignorância, provarmos às pessoas que todos são válidos e determinantes, pois só assim as coisas irão mudando para melhor, digo eu cheio de fé!
Em Portugal existe a Associação Nacional de Crédito que assenta na mesma ideia.

relembro:
http://ctanganho.blogspot.com/2006/03/meet-me-at-oscars.html

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Ele há dias em que mais valia não ficar em casa

11 de Setembro e 11 de Março, 13 de Maio e 13 de Outubro são dias insuportáveis no que à televisão diz respeito. Não é que veja muita televisão, mas gosto de ir seguindo os telejornais para estar a par das notícias, se bem que apenas serve para ter uma noção dos países que os EUA têm na mira de próximos ataques ou invasões a pretexto da existência de armas ou pelo receio bacoco de possíveis ataques terroristas, para fazer uma ideia de quanto mais vão aumentar os combustíveis e as taxas de juro, e também para ir estando a par do quanto é que o governo tenciona tirar-me do bolso. Nestes quatro dias, que infelizmente não são os únicos, não se pode assistir televisão. É assim quase um suicídio intelectual premeditado, subtil mas doloroso ao mesmo tempo. São os directos, as reportagens idiotas em diferido, os comentários mentecaptos, documentários chatos e compridos, talk-shows com entrevistas de personalidades ligadas à situação em causa, de interesse relativo… não há pachorra!! Uma das poucas “coisas televisivas”, de certa forma intocável a este nível, é os Morangos Com Açúcar, mas qualquer dia o Bispo de Braga aparece como convidado especial a fazer bodyboard e a benzer as ondas ao mesmo tempo, com um crucifixo tatuado numa nalga e um smiley noutra, sempre muito bem disposto, a contar piadolas sobre a aparição da Fatúcha aos pastoritos. E quem era essa tipa afinal, que aparecia sempre com muito fumo à sua volta, envolvida em mistério e enigma, visível apenas aos olhos de alguns – normalmente surdo-mudos, lerdos ou deficientes!? Se isto fosse no tempo dos Riscos da RTP, e o Ricardo Araújo Pereira ou o Nuno Markl estivessem a escrever episódios para a série, ainda punham a Nossa (minha não é de certeza!) Senhora, com um cabelo oleoso muito do asqueroso, mal vestida, a fumar umas brocas e a pedir trocos no parque de estacionamento das traseiras do colégio. Isto da Religião Católica tá assim do bué ultrapassado pá, e a malta já vai tando farta mén! Ai tasse, tasse!!

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Partidas, fragrâncias e anti-histamínicos com fartura!

Se gostam de pregar partidas, podem apontar num post-it o que vou escrever: comprar o ambientador AmbiPur Casa com fragrância de erva acabada de cortar e colocar na tomada escondida por trás do sofá na casa daquele amigo que tem alergias ao pólen e fenos. Não é preciso muito tempo para ver o que acontece, e resulta!
Não há partida que não tenha o seu quê de malícia, certo? Pior seria colar um moupi com a imagem do José Sócrates na parede da sala, ou oferecer um cd com o discurso de tomada de posse do Cavaco Silva como presidente da república pelo Natal, ou um best of do Herman José só com sketches do Nélo e Idália em dvd pelos anos, ou ainda um isqueiro com a imagem do Santana Lopes e uma legenda a dizer "charme lusitano", ou um tapete de rato com uma fotografia da cabeça do La-Féria montada num corpo de uma mulher de 70 anos, ou uma t-shirt com a imagem do Eusébio a ir ao pacote da Amália (ok, esta eu até vestia!)... a lista é infinita e cada ideia é pior e mais original do que a anterior. A imaginação e o sentido de humor são os limites, e esses não têm restrições.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Xô prlusidente!

Um gajo vai a Elvas, dá umas voltas e pode ver: Praça Rondão Almeida, Rua José Rondão Almeida, Travessa Rondão Almeida, Coliseu José Rondão Almeida, Parque José Rondão Almeida (subterrâneo, mesmo na Praça da República), entre muitas outras placas que começam por “Inaugurada por José Rondão Almeida…” e coisas do género, espalhadas por tudo quanto é parede caiada. À primeira vista poderia parecer que se tratava de um benemérito, de alguém muito importante para o município ou para a região, ou até o novo Messias, mas não, nada disso. Trata-se do Presidente da Câmara de Elvas… o actual! Pode ser-se mais egocêntrico e vaidoso do que isto? Quanto a mim bate o Santana Lopes aos pontos. Em que outro país democrático pode passar-se uma situação destas? Só mesmo aqui, lol!
Que saiba, e aceitei o desafio de verificar se existia tal coisa, a Rua Rondão Almeida em Elvas é a única rua com nome de pessoa viva, mas ainda não reparei se há uma Rua Comendador Nabeiro em Campo Maior.

domingo, 8 de outubro de 2006

Medo de voar!?

Por vezes perguntam-me porque evito fazer viagens de avião. Será medo de voar, medo de atentados terroristas ou algo do género? Em primeiro lugar explico sempre que, de facto, não tenho medo de voar, é mesmo medo de cair! Por outro lado, e se não gosto de andar à pendura de mota, e sempre que posso levo o mau carro a qualquer lado, muito menos vou gostar de andar em transportes nos quais não vislumbro o condutor. Os aviões circulam pelo ar, onde apenas os pássaros se sentem confortáveis para o fazer com toda a naturalidade, além disso vêm-me à memória as 26 horas que passei enfiado numa lata de conserva (autocarro) para poder chegar a Paris, e outras tantas na viagem de regresso. Esta viagem já foi há uns bons anos mas continua no meu subconsciente. Até surgir uma oportunidade irrecusável ou um programa insubstituível vou andando cá por baixo, com os pés bem assentes na terra. Ainda assim, há duas coisas que me seduzem: passear de balão ou voar num planador. Fica para um dia destes.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Comida para animais

Prometo que não vou escrever sobre políticos, banqueiros e donos de seguradoras neste post, refiro-me mesmo a uma questão que, de certo, muita gente já colocou. Como é que sabemos se a comida para animais é boa? Não tanto pela questão do sabor, mas para saber se tem qualidade ou não? Se ninguém a prova e os animais não nos dão qualquer tipo de feedback, como é que sabemos? Falo pelo menos da comida de lata, porque a ração sólida já provei e nem é assim tão diferente de Chocapic ou Smacks comidos sem leite como se fossem aperitivos. Aliás, foi isso mesmo que eu fiz aqui há uns oito ou nove anos, quando preparei uma partida a uns amigos numa festança. Toda a gente comeu, ninguém se queixou, e houve quem tivesse pedido mais.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Croquis de incêndio nos hotéis

Há uma coisa que me faz espécie – esta é daquelas frases que já há muito tempo queria utilizar. Porque é que os hotéis têm aquele mapa a dar indicações de fuga em caso de incêndio por detrás da porta? E ainda por cima emoldurado e com vidro? Por um lado, ninguém tem presença de espírito suficiente para se lembrar de consultar aquilo antes de se aventurar na retirada, por outro, não é fácil memorizar aquelas voltinhas todas até chegar às escadas, descer meia dúzia de lances, virar à esquerda na Sala de Reuniões Fénix (fónix!?), passar pelo hotspot da PT, voltar a descer, contornar a copa, descer mais nove degraus e sair pela porta dos fundos junto à zona de cargas e descargas. Não é fácil! Os hotéis deviam ter um porta-folhetos com mapas tipo brochura, para que as pessoas pudessem ir vendo o croqui à medida que fossem tentando escapar ao fogo. A tinta deveria ser fluorescente e resistente à água. Assim já parecia um bom plano de fuga e minimamente exequível, de qualquer outra forma será apenas um atraso. Quanto mais tempo ficarmos no quarto a tentar perceber as indicações, menos hipóteses temos de sair dali a tempo. E nesse caso, mais vale atabascarmo-nos com o conteúdo do minibar e fazer telefonemas para aqueles números de putaria, dedicando os nossos últimos minutos de vida a uma boa conversa porca.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Leque e meias de golfe

O leque, pensando assim de repente, pode parecer amaricado, mas não é mais do que uma boa ventoinha de mão. E quantas vezes não vemos homens em reuniões de negócios a abanarem-se com leques improvisados com 3 ou 4 folhas do relatório que estão a discutir? E nos tempos clássicos, não nesta altura mais recente, de governantes e ditadores modernaços, em que os faraós e imperadores se deixavam abanar por pajens com leques de metro e meio, um de cada lado? Ah, se for para se ser abanado com um leque enquanto se comem bagos de uva não há problema, mas se for só o leque é roto!? Acho que não. Leque é de homem sim senhor! O que não é de homem é calçar meias de golfista, que nem aparecem por fora dos sapatos, isso é que não de homem.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Chaves, cotão e mau feitio

O que será que acontece dentro dos nossos bolsos das calças, para além de se verificar a existência de uma elevada concentração de cotão, para que as nossas chaves se misturem de tal forma que se enleiem umas nas outras e com as argolas. E ainda por cima é sempre nas piores alturas, como quando está a chover, tiramos o molho de chaves do bolso e a chave maior, que é a do carro, está enfiada na argola das chaves de casa. Seria de esperar que a chave do correio, sendo a mais pequena, fosse a que mais trabalho desse, pois está constantemente a passar de um lado para o outro, e nós queremos que ela se mantenha junto das chaves pequenas, apenas milímetros maiores do que ela, mas teimosa como é, acaba sempre por estragar a nossa organização por tamanhos e ainda interfere com a tentativa de desacoplagem da chave do carro de dentro da argola das restantes chaves. E porque é que nunca nos lembramos de mudar as argolas para umas menores, ou tirarmos a chave do carro, que é um trambolho por causa do alarme, do mesmo porta-chaves das restantes. É idiotice nossa, sem dúvida, mas algo de estranho se passa dentro dos nossos bolsos quando estamos distraídos. É como aquela altura em que um preso se tenta evadir e é posto a descoberto com o holofote contra a parede branca. É exactamente isto que acontece quando estamos à chuva a tentar desencarcerar a puta da chave do carro do meio da confusão das chaves e do porta-chaves. Que cena manhosa! É de loucos!!

domingo, 1 de outubro de 2006

Comandos, sofás e plásticos do demo

Começo este post por referir que não vou gastar tempo a escrever sobre militares – esses enconados! Antes voltar, mais uma vez, à questão dos comandos da televisão, dvd e afins. Na minha profissão actual, muitas vezes tenho de entrar nos lares das pessoas, e noutro dia reparei que um senhor tinha os seus comandos (3 comandos 3) envoltos em plástico… acontece que não se tratavam das embalagens originais em que vêm depositados os comandos, ainda por estrear, juntamente com as 2 pilhas de oferta coladas ao lado do comando com uma tira de fita-cola, eram sacos de plástico de supermercado, como podemos encontrá-los na zona da fruta e legumes. Eram tão baços e grossos que nem se distinguiam as inscrições e o senhor estava constantemente a enganar-se e a mudar de canal quando devia mexer no volume do som. Já tinha visto sofás embrulhados em plástico, carpetes cobertas por plástico, abajours de candeeiros envoltos em plástico, inclusive, há quem mantenha o plástico que vem a proteger o ecrã do telemóvel até à exaustão, muitos meses depois de já se ter iniciado o processo de degradação e auto-reciclagem do próprio material, além das inúmeras bolhas de ar que nem deixam ver o que aparece escrito no lcd, agora, comandos dentro de sacos de plástico que não sejam manipulados por talhantes ou massagistas, nunca até agora! Há sempre uma primeira vez para tudo, e há com cada maluco por aí!? F’lha da mãe!!

sábado, 30 de setembro de 2006

Floribela, radares da bófia e satanismo

Assim como há dispositivos que se instalam nos automóveis para conseguir antecipar a acção de radares da polícia ou possíveis “operações stop”, também gostaria de ter qualquer coisa que me avisasse que a música da Floribela estaria para aparecer na televisão. Bastaria apenas quatro ou cinco segundos, tempo suficiente para alcançar o bendito comando. É que mesmo sem querer, fico com aquela melodia endemoninhada a rasgar-me os pensamentos e nem sempre me apetece ir dormir às nove da noite, visto ser a única forma de esquecer aquele som engendrado por gente diabólica – só um restart ao cérebro limpa tamanha e infecta porqueira.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

V For Vendetta

A fantasia e a atracção da matemática, a mística dualidade da relação causa/efeito, o paradigma dos governantes vs. governados, a necessidade última e derradeira de justiça, a esperança, e o amor. Tudo isto misturado com sabedoria e conhecimento de muitas gentes, resumido por dois génios do cinema actual num argumento incrível, consubstanciado por uma realização notável. Como noutros projectos deles, e aqui relembro o projecto Matrix, a simbologia e a iconografia fazem transparecer toda uma humanidade latente, sempre presente. “V For Vendetta” é provavelmente, como não seria de esperar outra coisa, um dos melhores filmes que já tive oportunidade de ver até hoje. Vale a pena, acreditem!

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

WHY not!?

Há coisas maiores e mais importantes do que nós próprios e os nossos receios... a vontade!
E desde que haja vontade para conversar, discutir, aprender, haverá esperança na mudança.
Os WHY, petrificados, passaram da validade... a música não!
O verdadeiro e último som, ecoará mais uma vez.
WHY... not!