quarta-feira, 18 de junho de 2008

Realidade, ilusão e magia

Calculo que toda a gente tenha a noção do que é o silêncio, mas será que já alguém o escutou realmente? E as cores, uma cor completa ou a total ausência de cor?Em qualquer situação, teremos sempre algo que nos inibe e impede de chegar a essa percepção plena. Por exemplo na questão do som, existem sempre alguns ruídos, ou nos nossos ouvidos, que até possam não existir verdadeiramente – algum tipo de acufeno presente na nossa audição – ou barulhos exteriores: vento, um pássaro ao longe, o barulho da cidade, o nosso estômago, etc. Nunca vamos saber o que é a total ausência de sons e ruídos. Em relação às cores, por muito que nos possam parecer homogéneas e completas, numa tela, numa parede ou num ecran, são sempre compostas de uma mistura de várias cores e de impressões que os nossos próprios olhos reproduzem. De certo que já experimentaram brincar com as pálpebras quando estão na praia, virados para o sol. Conseguem-se ver várias cores, desde o amarelo ao roxo, mas também vemos sempre algumas coisas que estão nos nossos próprios olhos. Quando nos deitamos e fechamos os olhos no escuro, também não vemos preto, há sempre ali um esverdeado ou outra cor qualquer misturada. O que é interessante nisto tudo, podia arranjar exemplos que nunca mais acabava o post, é que cada indivíduo tem a sua noção da realidade e também a forma como a experiencia, e além da realidade, ainda temos a imaginação, que se nos apresenta mais ou menos consoante o nosso estado de espírito, quer estejamos a dormir quer estejamos acordados. Tudo o que experienciamos neste mundo é saboreado pelos nossos sentidos e filtrado pela nossa consciência individual e única. Mesmo àqueles a quem falta algum sentido ou a falha seja na filtragem, há sempre algum tipo de percepção e consequente consciencialização. Da Arte, passando pela Política e acabando na Religião, há que ter sempre muita atenção e cuidado na interpretação do que nos é apresentado ou imposto. Nenhuma outra consciência deve ser dona da nossa, e mesmo quando nos deixamos arrastar, por necessidade ou apenas porque sabe bem naquele momento, devemos fazer uma posterior reflexão e perceber onde começa e acaba a ilusão e se o problema está em nós ou se nos é submetido. Seja como for, a verdadeira magia existe, não é só paisagem. É apenas e só uma questão de interpretação.

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