segunda-feira, 24 de março de 2014

A vida, a ideia e a ilusão

Por mais que se lute contra, evite ou ignore, vivemos no tempo da ilusão, daquilo que parece que é mas não é bem ou não é de todo!

A comida não é o que aparece na publicidade, muitas vezes nem no label da embalagem; alguns dos maiores negócios fazem-se sob a capa de ser "amigo do ambiente"; as modelos e os modelos não são nada do que aparecem nas revistas com tanto photoshop que é aplicado; há os que não envelhecem à custa do botox, silicone, lipoaspirações e milhares de produtos anti-envelhecimento; já ninguém tem pelos... em lado nenhum!; as luzes dos stands iludem quando compramos carros e motas; os trailers de filmes enganam, exageram, contam pedaços importantes da história e estranhamente ficam disponíveis largos meses antes da produção estar concluída; os livros vendem histórias gastas e enaltecem-se plagiadores; a música já não é bem música e vende quem monta o melhor espectáculo, pouco importando se canta mal - há softwares que ajustam desafinações em tempo real num concerto, quanto mais em estúdio! - e sabe-se lá quem escreve as letras ou de que falam... pouco importa com o barulho das luzes; as notícias dos jornais, rádio e televisão vêm de quatro ou cinco fontes noticiosas, pertencentes a dois ou três grupos de empresas, que se organizam para só deixar sair o que dá jeito aos poderosos; a justiça tem um preço e é parcial para quem a compra; os políticos são quase todos boys ou velhos do restelo; os concursos de televisão já não são por equipas, são individuais e achincalha-se quem perde; as telenovelas abusam nas mensagens publicitárias e enchem-se de causas bacocas; as revistas só mostram o que as pessoas têm, raramente o que são; os casamentos são fachadas e os casais não se esforçam por comunicar e resolver problemas que muitas vezes são apenas grãos de areia numa engrenagem que podia ser bem oleada; não há tempo para as crianças, que passam o dia inteiro ocupadas com trabalhos e tarefas como se fossem adultos e as poucas brincadeiras que têm "trancam-nas" em casa ,normalmente à volta do computador, da consola ou do telemóvel/tablet; os flirts ganham contornos via sms, mais descarados e muitas vezes pouco respeitadores (cortejar é prática em extinção!); os relacionamentos multiplicam-se pelas redes sociais, mesmo quando nunca estivemos presencialmente com aqueles "amigos" e nessas redes sociais as pessoas revelam-se com disparates, de forma desadequada e muitas vezes exageradamente, como raras vezes o fariam numa mesa de café com 20 pessoas a ouvir, quanto mais as centenas atentas na internet...

Estranho mundo, este!

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